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‘Responder ao Censo é um ato de cidadania fundamental para o futuro do País’, diz IBGE

Por: Andressa Marques . 05/10/2022

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‘Responder ao Censo é um ato de cidadania fundamental para o futuro do País’, diz IBGE

Levantamento feito a cada dez anos ajuda a mapear o Brasil e as necessidades da população; recenseadores sofrem agressões e moradores se recusam a responder

5 minutos, 29 segundos de leitura

05/10/2022

Por: Andressa Marques

Em setembro deste ano, o IBGE chegou a divulgar uma carta de repúdio aos casos de maus-tratos sofridos por alguns recenseadores do Censo 2022 e pediu para que os entrevistados "recebam bem" os trabalhadores. Foto: Tania Rego/Agência Brasil

NESTA REPORTAGEM, VOCÊ FICA SABENDO:
→ A diferença que faz, na sua vida, os resultados Censo do IBGE
→ Por que responder aa Censo é um ‘ato de cidadania fundamental para o futuro do Brasil’
→ As dificuldades que os recenseadores passam nas ruas
→ Faltam pesquisadores para o IBGE e Censo 2022 vai atrasar
→ Como verificar as credenciais do recenseador que visita a sua casa

Desde o dia 1º de agosto deste ano, recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) estão nas ruas para colher depoimentos e respostas da população para o Censo demográfico. O levantamento, tradicionalmente feito a cada década, ajuda a mapear e a entender o Brasil e suas demandas. Seu conteúdo abastece o desenvolvimento de políticas públicas no Brasil e as ações a nível global para atender os brasileiros.

A atuação dos pesquisadores, porém, enfrenta um de seus maiores desafios: muitos têm relatado dificuldades na hora de realizar a pesquisa domiciliar e acreditam que isso ocorra, principalmente, por falta de informação dos moradores sobre a importância do Censo. Outro problema grave são é o tratamento agressivo recebido por alguns trabalhadores.

Em setembro deste ano, o IBGE chegou a divulgar uma carta de repúdio aos casos de maus-tratos sofridos no Censo 2022 e pediu para que os entrevistados “recebam bem” os trabalhadores.

E tem mais: a reportagem do Estadão, no dia 3 de outubro, mostrou que o Censo 2022 está atrasado e o prazo de coleta de dados passou do fim do mês para o fim do ano, porque faltam recenseadores — o IBGE diz que tem tido dificuldade em encontrar mão de obra, também por causa da remuneração considerada baixa.


ENTREVISTA
Luís Eduardo Puchalski, coordenador operacional do Censo no Rio Grande do Sul

O Expresso na Perifa conversou com Luís Eduardo Puchalski, coordenador operacional do Censo no Rio Grande do Sul. Veja os principais tópicos da conversa e as dicas para que brasileiras e brasileiros recebam os pesquisadores em segurança em suas casas.

IMPORTÂNCIA DO CENSO
“É fundamental para avaliar a eficácia das políticas públicas ao longo da última década.”

OBJETIVOS DO CENSO
1. contabilizar a população e saber como é sua distribuição no território brasileiro. Esses dados são uma variável determinante para o repasse de recursos da União e dos Estados para as cidades.
2. produzir um diagnóstico sobre as condições de vida da população. No questionário são investigadas as características de cada domicílio, a exemplo do acesso (ou da falta de) a serviços básicos — coleta de lixo, abastecimento de água, tratamento de esgoto — e de questões relacionadas às características dos brasileiros, como cor ou raça, educação, trabalho e renda.

RESULTADOS DO CENSO
“Alcançado esses dois objetivos, o IBGE fornece uma base de dados bastante consistente, um grande diagnóstico sobre condições de vida dos brasileiros em 2022. Isso é fundamental para avaliar a eficácia das políticas públicas ao longo da última década.”

O CENSO NAS PERIFERIAS
Nas comunidades e periferias, que o IBGE chama de “áreas de aglomerados subnormais”, o estudo e o conhecimento da realidade permite avaliar e estabelecer políticas públicas para os moradores. “É possível ver as diferenças de rendas de áreas muito próximas como comunidades ao lado de condomínios. A partir daí se vê quais são as necessidades específicas que se tem em cada pedaço do território e assim planejar políticas que possam vir ao encontro do combate das desigualdades no País.”

RECUSA DE ENTREVISTAS AO CENSO
Medo, desconfiança, indisposição e desinformação — de parte da população — sobre a importância do trabalho do IBGE têm dificultado as pesquisas. As recusas sempre ocorreram, mas aumentaram em 2022. “Os trabalhadores são treinados para lidar da melhor forma e orientados a fazer com que os moradores compreendam o sentido do Censo e a importância da entrevista. Muitas vezes mandamos um supervisor quando percebemos que o recenseador não consegue reverter uma recusa desse tipo”

COMO SABER SE O RECENSEADOR É DO IBGE
1. no site do IBGE, escolha “verifique a identidade do entrevistador”
, onde é possível digitar a matrícula ou o CPF do recenseador. Se estiver tudo certo, aparece na tela o nome e a foto daquela pessoa para confirmação.
2. o telefone 0800 7218181 também informa se os dados daquele que se diz recenseador estão corretos.
3. Verifique se o recenseador está com os equipamentos de trabalho (colete azul do IBGE com crachá de identificação junto a um QRCode). Nas mãos, o trabalhador têm de ter o smartphone com uma capa azul do IBGE.

“Se nenhuma essas opções não deixarem o morador seguro, a pessoa não deve atender. Então é muito importante que o morador verifique todas as informações. Além disso, a legislação garante o sigilo estatístico e os dados têm um único objetivo de produção de estatísticas fundamentais para o planejamento de políticas públicas. Responder ao Censo é um ato de cidadania e é muito importante para o futuro do País” (Luís Eduardo Puchalski, coordenador operacional do Censo no Rio Grande do Sul)

PALAVRA DE PESQUISADORAS

Vera Lúcia Conceição é aposentada, mas atualmente trabalha com pesquisa de opinião e está exercendo como recenseadora do IBGE. Vera conta que a maioria das recusas é em condomínios e que muitos moradores em home office não querem fazer a entrevista. “Tento marcar um horário, cheguei a voltar no sábado ou domingo, mas nem sempre resolve”, conta. “No meu ponto de vista é extremamente importante que as pessoas respondam o censo e recebam bem esses trabalhadores para que haja desenvolvimento, implementação de políticas públicas, investimentos e também para que as pessoas saibam exatamente como vive a nossa população”, completa.

Inácia Rangel também é recenseadora e conta que às vezes os moradores, por não entender o valor da pesquisa, acabam recusando, mas que após muita conversa, alguns aceitam. “Sofremos, pois quando a recusa é feita, é com agressividade e isso desmotivou muitos colegas e acabaram muitos pedindo a exclusão do contrato com o IBGE”, cita. “O censo é de suma importância pública em todos os aspectos o brasileiro sempre ganha com esses dados que são usados para a prática de melhorias na saúde, educação, segurança, entre outros fatores”, explica.

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