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Cesta básica e gás: quando o futebol goleia a fome

Por: Juca Guimarães . 23/07/2021

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Cesta básica e gás: quando o futebol goleia a fome

Times de várzea se organizam para ajudar 290 mil moradores da região durante a pandemia

2 minutos, 30 segundos de leitura

23/07/2021

Distribuição de botijões de gás no Jardim Elba. Foto: divulgação

Clubes de várzea do Jardim Elba, um complexo de 11 favelas na zona leste de São Paulo, têm ajudado milhares de famílias nos tempos difíceis da pandemia de covid-19. Por meio de parcerias e projetos sociais, as equipes buscam atender os 290 mil moradores da região. O Elba é vizinho do município de Santo André, no ABC paulista.

Reportagem de Juca Guimarães, em São Paulo

Fundado há 43 anos, o Elba E.C. faz parte da história do bairro surgido há mais de seis décadas. O clube oferece cursos de tecnologia e empreendedorismo e tem um projeto para a criação de uma rádio comunitária. Em parcerias com ONGs e empresas, são distribuídas cestas básicas para 2,5 mil famílias. Num único fim de semana de junho de 2021, foram entregues 250 cestas com hortifruti e 150 cartões de alimentação com validade de dois meses. “Muitos moradores eram operários das fábricas do ABC. O time cresceu com o bairro”, diz o pastor Beto Santana, 48 anos, diretor dos projetos sociais do Elba E.C.  também conhecido como a cobra da leste.

“A nossa comunidade é a nossa torcida e sem eles não somos nada”, afirma Bene de Souza, 51 anos e morador do Jardim Elba desde criança. “Eu entro em todas as casas e sei das necessidades das pessoas”, diz. Bene é diretor do time, presidente da torcida organizada e líder comunitário. Ele vive há 46 anos no bairro.

Vocação para o social

Mais novo que o Elba E.C., o Complexo Jardim Elba surgiu em 2019, pouco antes da pandemia, e tem nas ações sociais um dos pontos fortes de suas atividades, enquanto as partidas estão suspensas. O time surgiu da necessidade de montar uma equipe para participar da Copa das Favelas, uma competição organizada pela Cufa (Central Única das Favelas) e sediada no Rio de Janeiro.

“Foi feita uma peneirinha com 130 crianças para montar o time que iria participar da Copa. O time foi crescendo na competição, chegou nas oitavas de final e deu até entrevista na Rede Globo, que estava cobrindo a competição, porque a equipe era um fenômeno”, conta Reginaldo de Oliveira Manuel, o Gavião, 44 anos, fundador do time.

Às vésperas da Copa das Favelas 2020, veio a pandemia. “Um dia, o pessoal da Cufa mandou uma carga de sabonete e pediu pra gente ajudar na distribuição”, diz Gavião. “Um senhor se aproximou e perguntou se era doação de cesta básica, aquilo partiu o meu coração, porque, naquele momento, a gente não tinha alimentos e era comida o que ele precisava.” Surgiu daí a vocação que vai além do esporte, busca parcerias e projetos sociais. Até o início de junho de 2021, a equipe distribuiu 22 mil cestas básicas e 1.317 botijões de gás. Em quase um ano e meio de pandemia, 20 mil marmitex já foram entregues na favela.

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