O campeão (ainda) sem título
Nascido e criado praticamente dentro da Stock Car, só falta o título para Thiago Camilo
O semblante sisudo e compenetrado pode sugerir que se trata de um cara bravo, de mau humor, daqueles que pensamos duas vezes antes de abordar. Mas bastam poucas palavras para que esse clima seja quebrado, revelando um boa-praça sempre acessível e pronto para atender seus inúmeros fãs e amigos.
Thiago Camilo é, hoje, um dos principais pilotos da Stock Car Pro Series e o segundo em número de largadas na categoria, 290 (confira outros números no quadro abaixo), ficando atrás apenas de Cacá Bueno, que soma 305, entre os pilotos em atividade. O paulista de 37 anos estreou, na categoria, em 2000, na Stock Light, pilotando o Chevrolet Omega do pai, Bel Camilo, também piloto na Stock Car. A estreia na divisão principal aconteceria em 2003, quando conseguiu o 17º lugar na classificação final, à frente de 20 pilotos. “O que posso falar como pai? É um orgulho enorme ver aonde o garotinho que me acompanhava nas corridas chegou. Certamente, é um dos melhores pilotos em atividade, no Brasil – só falta o título”, torce Bel Camilo, figura sempre presente nos bastidores das competições.
Thiago praticamente nasceu no automobilismo, acompanhando, desde cedo, seu pai e o tio Sérgio Ruas, também piloto, às míticas oficinas da Scuderia Lobo, no bairro do Canindé, na capital paulista, do lendário Camilo Christófaro, o “Lobo do Canindé”, e de seu filho, Camilinho.
Por sinal, todos os chefes de equipe e engenheiros que trabalham com ele partilham das mesmas opiniões, como é o caso de Mauro Vogel, considerado um dos mais competentes da categoria, em cuja equipe competiu de 2004 até 2010. “É um piloto que erra bem pouco. Há pilotos com habilidade, mas que erram muito, e outros, como ele, com habilidade e índice baixíssimo de erros”, afirma Vogel. “Também é muito bom de disputa, bom de briga. Já deveria ter sido campeão várias vezes, só não torço por ele neste ano, pois nós é que queremos ser campeões”, finalizou o chefe da equipe do paranaense Gabriel Casagrande, líder na tabela.
Milionário, mas sem título
No ambiente da categoria, brinca-se com seu nome, chamando-o de “Triago”, em referência às três Corridas do Milhão vencidas em 2011, 12 e 15. A quarta poderia ter sido conquistada em 2013, quando liderava para ganhar também o título, que acabou ficando com Ricardo Maurício, por 3 pontos. O carro de Thiago Camilo, mais uma vez, apresentou uma falha na última volta da corrida, cuja vitória foi herdada por Ricardo Zonta.
Na atual temporada, o início foi ruim. A reação veio apenas na quinta etapa, em Cascavel (PR), a pista mais rápida do ano, na qual ele sempre se dá bem. Carro e equipe Camilo tem. “O Thiago é um piloto que trabalha muito. Nestas cinco temporadas que está conosco, vejo nele uma grande evolução no preparo físico, mental e espiritual. Tem excelente qualidade de informação, o que facilita o trabalho da equipe na busca do melhor ajuste. E sabe jogar o jogo, isso é também muito importante”, afirmou Andreas Mattheis, seu atual chefe de equipe.
Casado com a influencer digital Mariana Sampaio e pai da pequena Luísa Sampaio Camilo, o piloto vive uma ótima fase pessoal e profissional, que lhe servem de base para encarar mais uma decisão na Stock Car, a Super Final BRB, que acontecerá no próximo dia 12 de dezembro, no autódromo de Interlagos, com liberação de público nas arquibancadas e transmissão ao vivo pelas mídias sociais do Estadão.
Thiago não figura entre os favoritos, que são Casagrande e Daniel Serra. Mas, como sempre experimentou algum revés quando disputava na condição de favorito, quem sabe, agora, correndo por fora, “Triago” não belisca algo inesperado?
Quer uma navegação personalizada?
Cadastre-se aqui
0 Comentários