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Patinetes elétricos podem voltar ao Brasil apostando em Internet das Coisas (IoT)

Por: Erick Souza, especial para o Mobilidade . 02/03/2024
Planeta Elétrico

Patinetes elétricos podem voltar ao Brasil apostando em Internet das Coisas (IoT)

Whoosh investe em sistema de estacionamentos virtuais e monitoramento dos veículos em tempo real

4 minutos, 2 segundos de leitura

02/03/2024

Por: Erick Souza, especial para o Mobilidade

Patinete elétrico da Whoosh
Atualmente, a empresa conta com 1,3 mil veículos em Florianópolis e realiza cerca de 80 mil viagens por mês. Foto: Divulgação/Whoosh

O mercado de aluguel de patinetes elétricos ainda tenta se consolidar pelo território brasileiro. Em 2019, por exemplo, a norte-americana Lime encerrou as atividades no País após apenas seis meses de operação. Em novembro do ano passado, a Grow, outra empresa internacional que atua no mesmo setor, anunciou falência após quatro anos de serviços prestados no Brasil.

Diferentemente das bicicletas compartilhadas, os patinetes elétricos ainda não encontraram seu espaço na mobilidade brasileira. Para a Whoosh, empresa russa de aluguel de patinetes, nesta lacuna cabia a oportunidade para expandir sua frota fora da Europa.

Inicialmente instalada em Florianópolis, a empresa logo ampliou seus serviços para Porto Alegre. A capital catarinense, hoje, conta com 1.300 veículos da empresa, enquanto Porto Alegre possui 1.400 patinetes nas ruas. Em ambas as cidades, para utilizar os patinetes, o usuário precisa pagar R$2,00 para desbloquear o veículo e mais R$ 0,75 por minuto.

Buscando fugir dos mesmos erros que acabaram com outras iniciativas parecidas, a empresa tem investido em IoT (sigla para Internet das Coisas, em tradução livre) para se estabelecer no Brasil. A conectividade com os equipamentos na rua alteraram a dinâmica de uso e controle desses veículos.

Em entrevista para o Mobilidade, Francisco Forbes, CEO da Whoosh no Brasil, explicou como essa tecnologia tem potencial para transformar o mercado de aluguel de patinetes por aqui e o que de novo a empresa tem feito para fazer dar certo no País.

Leia também: 5 regras para conduzir um patinete elétrico com segurança

O que há de novo e diferente na abordagem da Whoosh aqui no Brasil?

Francisco Forbes: Muito trabalho e acompanhamento. Mas, primeiro de tudo, é ponto de estacionamento. Enquanto outras empresas trabalhavam em modo free float (com os veículos podendo ser estacionados em qualquer lugar), nós investimentos em pontos fixos. Se não para no lugar certo, [o patinete], não fecha a corrida.

O segundo ponto é que nós trabalhamos com scooters 100% novos, feitos para compartilhamento. As nossas baterias são trocadas, só é preciso abrir uma tampa e trocar a bateria. Antigamente (com as outras empresas), os patinetes precisavam ser carregados individualmente.

Os veículos que estão nas ruas hoje em Florianópolis e Porto Alegre são os mesmos desde de junho de 2023, mas os patinetes estão perfeitos. Eles pesam 40 kg e são feitos para operação de compartilhamento. Possuem roda maior, suspensão na frente, freios na mão; tudo isso resultado dos aprendizados acumulados na Europa.

E como funciona o uso de IoT?

Forbes: A tecnologia tem função de caixa preta. Ela transmite informações o tempo inteiro, como saber onde o patinete está em tentativa de roubo, ajuda no gerenciamento pela cidade, o rebalanceamento geográfico, etc. Essa distribuição geográfica é um trabalho feito ao vivo baseado em IoT. Além disso, é possível saber o quanto o patinete foi usado, o status da bateria.

Esse gerenciamento de informações também serve como base de dados para as prefeituras. Todo mês a empresa faz uma análise de resultado para saber o tempo médio de viagem e a quantidade, por exemplo. Em Florianópolis, a empresa realiza cerca de 80 mil viagens por mês; durante as férias, 50 mil.

Como é a operação da empresa nas cidades?

Forbes: A primeira coisa que a gente faz em uma cidade nova é pegar o mapa do transporte público. Temos um foco em last mile (última milha), então focamos na integração com modais. Em segundo lugar, fazemos o mapeamento, analisamos pontos de interesse populares, centros econômicos, faculdades, shoppings, etc. Essa segunda análise varia conforme o tempo, ao longo dos dias. É um estudo muito cuidadoso para que (os patinetes) tenham uma permeabilidade.

Hoje, temos uma equipe que trabalha 24 h, com equipe de campo e estrutura de mitigação e acompanhamento de possíveis casos, desde de vandalismo a roubo. Se alguém está empurrando ou [o patinete] está em um carro, nós temos gente que consegue ir lá.

Qual o próximo passo da empresa? Pretendem expandir para mais alguma região?

Forbes: Devemos nos lançar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nós temos essa visão de estar perto de lugares onde existe desafio social. Conseguimos isso em Florianópolis e Porto Alegre, com uma expansão por etapas, mas com o mindset muito claro.

Em Florianópolis, nós pretendemos expandir para a Lagoa da Conceição (na região leste). Em Porto Alegre temos uma expansão em curso. Começamos no centro e vamos expandir no sentido norte e nordeste. Temos uma lista de mais de dez bairros. Em São Paulo e no Rio ainda não estamos fechados.

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