Hoje, a cidade de Salvador, na Bahia, possui mais de 5.000 quilômetros sobrevoados por drones logísticos em sua costa. A tecnologia implementada em fevereiro de 2023, tem sido utilizada para transportar amostras de laboratórios e um hospital da região. Reconhecendo o impacto do novo meio de transporte de carga na região, a capital baiana desenvolveu uma política de incentivo focada no uso do modal.
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A Política Municipal de Fomento ao Uso de Aeronaves Não Tripuladas de Salvador será apresentada e discutida no Connected Smart Cities Regional Nordeste, no próximo dia 18 de abril, no Centro de Convenções de Salvador.
A iniciativa da Prefeitura Municipal de Salvador operacionalizada pela Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia, propõe um conjunto de iniciativas e medidas para ampliar o uso de drones no município de maneira sustentável, segura e inovadora.
O Connected Smart Cities Regional Nordeste também marcará a abertura da consulta pública da regulamentação municipal, que ficará disponível por 30 dias. Neste período, a gestão poderá receber sugestões e contribuições de toda a sociedade.
De acordo com Samuel Araújo, Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia, a nova política busca assegurar estabilidade jurídico-institucional ao ecossistema de logística aérea e operação de drones. O objetivo, segundo ele, é favorecer a atração de investimentos em Salvador e a geração de empregos no setor.
A partir desta política, o planejamento urbanístico e de mobilidade urbana da cidade também abordará questões direcionadas às áreas de pouso e decolagem de drones (os “droneportos”). O texto deverá incluir parâmetros para a instalação de infraestruturas de apoio aos entregadores e aos operadores, energia, conectividade e garantia de isolamento da área.
“Além de ordenar o uso do espaço aéreo e do território da cidade, a Prefeitura apoiará o desenvolvimento e o licenciamento de estações estruturadas para aeronaves não tripuladas, e centralizará a interlocução junto a helipontos, aeródromos, terminais portuários e áreas caracterizadas pelos órgãos federais como ‘zonas de restrição de voo’”, afirma Araújo.
A proposta também inclui a criação de um novo comitê de governança para aeronaves não tripuladas, integrado por diversas secretarias municipais. A cidade de Salvador também busca expandir os usos dos drones a partir das novas definições. Dentre o planejado, o município já estuda realizar filmagens aéreas, monitoramento para segurança patrimonial, inspeção de prédios e shows, por exemplo.
Em Salvador, as aeronaves não tripuladas realizam o trajeto do droneporto do Mercado do Peixe, no Rio Vermelho, até o Jardim dos Namorados, na orla do bairro da Pituba. Lá, o drone recebe novas amostras e parte para seu ponto final, a praia de Jaguaribe. A partir deste ponto, os materiais seguem por terra até a cidade de Lauro de Freitas, a cerca de 27 km de distância da capital.
Os veículos também realizam a conexão com a ilha de Itaparica diariamente, com travessias de aproximadamente 10km. No total, a cidade já contabiliza mais de 3 mil kg de carga transportados em quase 2 mil voos realizados.
Com a possibilidade de cruzar a costa da cidade para evitar o tráfego terrestre, as entregas podem acontecer em cerca de 10 minutos. Em terra, o mesmo transporte leva cerca de uma a duas horas. A cidade de Salvador possui, aproximadamente, 300 km de costa.