Algumas dicas de segurança simples ajudam a evitar acidentes de carro envolvendo crianças. É o caso do uso correto dos chamados dispositivos de retenção. Ou seja, cadeirinha, bebê-conforto e booster para elevação do assento. Porém, embora sejam previstas no Código Brasileiro de Trânsito (CBT), essas não são as únicas formas de proteger os pequenos.
Listamos orientações para prevenir imprevistos com a criançada e reduzir os riscos de acidentes.
Conforme o CBT, crianças com idade inferior a 10 anos e que ainda não tenham atingido 1,45 metro de altura devem ser transportadas no banco traseiro em dispositivo de retenção. Além disso, o equipamento deve ser adequado à idade, ao peso e à altura.
Conforme Daniel Bassoli, diretor executivo da Federação Nacional dos Organismos de Inspeção Veicular (Fenive), cadeirinhas sem Isofix devem ser instaladas nas laterais. Isso porque estão sujeitas a movimentação e, em caso de impacto, o banco dianteiro vira uma proteção adicional. O Isofix é um sistema que prende a cadeirinha diretamente à estrutura do carro.
No mesmo sentido, Bassoli, que é engenheiro mecânico e mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas, ensina a forma adequada de transportar quatro crianças, por exemplo. “Basta transportar a maior no banco dianteiro, sem se esquecer do cinto de segurança”, diz. Segundo ele, as demais devem ir no banco traseiro.
Assim, as crianças que não precisam viajar no dispositivo de retenção devem usar o cinto de segurança corretamente. Ou seja, é preciso garantir que a cinta esteja ajustada ao corpo, com a faixa diagonal cruzando o ombro e o peito. Por sua vez, a horizontal deve passar pela região pélvica, abaixo da barriga.
Nesse sentido, os adultos devem sempre utilizar o cinto de modo a dar o exemplo aos pequenos. Ou seja, ao ver que os mais velhos adotam práticas seguras, eles ficam mais propensos a entender a importância dos dispositivos para garantir a segurança a bordo.
Da mesma forma, as travas de portas e vidros devem ficar sempre acionadas. Aliás, muitos carros têm esse tipo de dispositivo nas portas traseiras e nas janelas. Por meio desses sistemas, bem como do travamento central, pais e responsáveis podem reduzir os riscos de acidentes.
Além disso, atualmente é comum haver sistema antiesmagamento dos vidros das janelas. Ou seja, o dispositivo interrompe a subida da janela caso a criança esteja, por exemplo, com a mão no vidro. Portanto, trata-se de um recurso bastante eficiente para reduzir acidentes durante o fechamento automático.
Nunca deixe crianças sozinhas no veículo estacionado, por exemplo. Mesmo que seja por um curto período de tempo. Elas podem se soltar e acionar dispositivos do veículo, aumentando a possibilidade de acidentes. No caso de bebês, há risco de a temperatura na cabine subir rapidamente e causar desidratação, bem como sufocamento dos pequenos.
Além disso, é fundamental ficar atento ao que está acontecendo no banco traseiro. Em trajetos longos, a dica é oferecer brinquedos, água e alimentos leves às crianças. Bem como nunca se deve deixar bagagem solta na cabine. Em frenagens bruscas ou em caso de colisão, ela pode ser arremessada contra os ocupantes e causar ferimentos.
Outra recomendação importante é que a garagem seja mantida limpa e organizada. Portanto, é fundamental não deixar ferramentas e outros objetos em que a criança, assim como adultos, possa tropeçar. Da mesma forma, materiais inflamáveis e produtos automotivos devem ser guardados em locais apropriados, longe de fontes de calor e do alcance dos pequenos.
Se a garagem for anexa à casa, certifique-se de que haja ventilação adequada para evitar o acúmulo de monóxido de carbono expelido pelo escapamento do carro. Da mesma forma, nunca deixe o motor do veículo ligado em locais fechados.
Por fim, antes de sair ou entrar na garagem, confira se não há crianças ou animais domésticos por perto. E, no caso de veículos com sensor de obstáculos, pare imediatamente se o dispositivo começar a apitar. Depois disso, desça e verifique qual é a causa do acionamento do alerta.