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Segurança viária: dados recentes revelam que há esperança

Por: . 06/02/2024
Mobilidade para quê?

Segurança viária: dados recentes revelam que há esperança

A última estatística disponibilizada pelo governo federal mostra que, em 2022, o total de mortes pelo sinistro de trânsito no Brasil ficou estável, aumentando apenas 0,2%, em relação a 2021

3 minutos, 58 segundos de leitura

06/02/2024

Respeito às normas de trânsito e a todos aquleles que estão nas ruas é um passo importante para reduzir ainda mais os acidentes nas vias brasileiras. Foto: Adobe Stock

Quando se trata de mudança do comportamento de uma sociedade, o trabalho precisa ser constante e leva tempo. Quem pode confirmar isso com precisão são os ambientalistas, outrora chamados de ecologistas, que há várias décadas, começaram a abraçar árvores, recolher lixo na praia, brigar pela preservação da natureza e, apesar dos avanços, estão longe de alcançar todos os louváveis objetivos dessa causa. 

Porém, não podemos deixar de comemorar os avanços, por menor que sejam, que são evidentes na área da segurança viária que o Brasil conquistou nessa última década: consolidação de algumas leis que vinham patinando como o uso dos equipamentos de segurança para o transporte de crianças, por mais que a gente saiba que, nas cidades menores isso seja desconsiderado por pais e responsáveis, nas cidades maiores, a maioria dos menores de 10 anos é transportada nos equipamentos adequados a idade. 

Por mais desrespeitada que a Lei Seca ainda seja no território nacional, a maioria das pessoas tem consciência de que beber e dirigir pode ocasionar perdas imensuráveis e muitos riscos para todos. O uso do celular e o excesso de velocidade,  porém, ainda são dois fatores de risco, segundo os estudiosos da área, que pouco avançaram. 

Número de mortes estável

A última estatística disponibilizada pelo governo federal em 27 de dezembro, por meio do Ministério da Saúde (DataSus), mostra que, em 2022, o total de mortes pelo sinistro de trânsito no Brasil ficou estável, aumentando apenas 0,2%, passando de 33.813 para 33.894. Há que se celebrar visto que, desde 2019 (31.945) o total de mortes só cresce.

Nessa análise, a redução de mortes de ciclistas e de condutores e passageiros de veículos pesados (caminhão e ônibus) em 2022 é um fator positivo na avaliação geral. Isso aponta que, pouco a pouco, o comportamento está mudando. Afinal, é notório que houve um expressivo aumento de pessoas adotando a bicicleta como meio de transporte nos grandes centros. 

A Região Sudeste, a mais populosa do País, também foi uma grata surpresa nesses números de 2022. Houve redução no total de mortes por sinistros de trânsito de quase 4%, passando de 11.187 (em 2021) para 10.770 mortes (2022). 

As políticas públicas implementadas nos quatro Estados que formam a região têm surtido efeito. Isso é louvável e pode ser copiado por outros Estados. A se conferir nos próximos anos. Um dos bons exemplos é a Faixa Azul, corredor exclusivo para motociclistas em grandes avenidas da cidade de São Paulo que, ainda em fase experimental, deve ser incorporada ao CTB (Código de Trânsito Brasileiro), esse ano. Uma alternativa mais segura para quem vai de moto.

Movimento Maio Amarelo

 Outra iniciativa que, infelizmente, não tem como medir, mas certamente contribui de forma significativa com a mudança de comportamento e a conscientização de muitos, é o Movimento Maio Amarelo, criado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, um mês inteiro de ações que chamam a atenção para um comportamento seguro e cuidadoso de todos que transitam. 

Esse ano, o Movimento vai trazer a paz como seu tema central. Nesse ambiente hostil e áspero no qual temos convivido soa bem pensar e falar de paz. O Maio é pacífico, porém, quem precisa receber sua mensagem não o é. Por isso, trazer a reflexão de que tipo de “eu” tenho levado para o trânsito todos os dias pode reverberar em quem ainda não entendeu que a rua precisa de paz: da paz do espírito de cada um, da paz que eu construo dentro de mim todos os dias, da paz que só eu sei o quanto me custa para exercê-la, da paz que eu espero encontrar em quem divide a rua e a estrada comigo, da paz que eu preciso cultivar em todas as relações, porque sem ela, o mundo não seguirá. 

Talvez o tema possa extrapolar o comportamento de cada um de nós na rua e venha trazer reflexão para outras relações, tão carentes de paz no olhar, no gesto, na compreensão para com os defeitos humanos do outro que caminha comigo, seja no trabalho, em casa ou na reunião da família. Antes do perdão, é preciso ter paz no coração e na alma para não revidar, não agredir ou mesmo, não se matar também no trânsito nosso de cada dia. 

Que a paz no trânsito comece por mim, por você, por nós e para nós ainda hoje. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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