Operações logísticas têm grande dependência do modal marítimo, dizem especialistas em evento
Segundo painelistas convidados, o modal poderia ajudar outros meios se houvesse melhor desenvolvimento
Hoje (7), durante o 32º Congresso SAE Brasil, aconteceu o painel “Conectando Caminhos: a Intermodalidade no Brasil”, em que muito se discutiu sobre como o avanço na infraestrutura no modal marítimo pode ser benéfico para outros meios logísticos de transporte de carga, devido à dependência que as cargas de exportação e importação têm dos portos e navios.
Da conversa participaram Vanderlei Azevedo Marques, diretor de logística integrada da Dubai Ports World (DPW), Casemiro Tércio, sócio da 4Infra, e Luciana Suman, diretora da MarMec Engenharia e consultora especialista em eficiência energética e segurança operacional moderados por Adriano Nascimento Barbosa, sócio da Modal Consultoria. Os três painelistas, que são do setor de portos do Brasil, frisaram como o transporte marítimo deve ter um destaque.
O país possui uma grande dependência da malha rodoviária. Entretanto, na visão dos três, a dependência maior seria nos mares, já que segundo dados apresentados na fala de Luciana, 88% da carga mundial é trasnportada via navios.
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Os desafios propostos para a melhoria logística de transferência de carga dos navios para o meio terrestre, melhorariam também outros modais, afirmou Casemiro Tércio. “Existem soluções como shortlines para o sistema ferroviário e de concessões para estimular a exploração de sistemas hidoviários, que abasteceriam portos no destino”, disse ao explicar como as soluções intermodalidade estão presentes em todos os setores.
Tércio ainda disse que hoje há pouca interação entre os sistemas devido à matriz rodo-intensiva do Brasil. Para ele, a intermodalidade deve ser com interconectividade, mas sem forçar nada inviável.
Os desafios sustentáveis do modal marítimo
Na apresentação de Luciana Suman, houve um destaque para como o trasnporte de cargas nos navios está diminuindo sua pegada de carbono. Por meio de uma taxa para ser paga pelos armadores paara cobrir o crédito de carbono, o setor está ficando mais eficiente na questão energética.
Segundo Luciana, o modal marítimo pode representar até seis vezes menos emissão de carbono por tonelada transportada que o modal rodoviário. “Existe hoje uma regulação em que as embarcações são obrigadas a comprovar eficiência energética com indicadores de performance”, afirmou ao falar sobre associar diferentes modais e sua conectividade com os portos.
Principais desafios enfrentados no Brasil hoje
O painel teve ainda questionamentos como quais os principais desafios da intermodalidade no Brasil com pouco dinheiro para investir: “Um dos maiores problemas é convencer pessoas de setores específicos a tentarem algo novo. A intermodalidade depende de um esforço coletivo dos diferentes modais de transporte no País”, afirmou Vanderlei em seu fechamento.
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De acordo com o três, as novas tecnologias com IoT e IA podem melhorar muito a eficiência de portos e intermodalidade: “A tecnologia permite que evitemos perdas de tempo e deslocamento. Trabalhamos com quase 18% de ineficiência na entrada de caminhões nos portos que podem ser resolvidos com novas tecnologias”, disse o diretor da DPW.
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