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Aluguel de motos para entregadores vira um grande negócio

Por: Arthur Caldeira . 28/09/2022
Inovação

Aluguel de motos para entregadores vira um grande negócio

Impulsionada pelo delivery e pelo e-commerce, locação de motos populares para entregas dispara e atrai investidores

3 minutos, 40 segundos de leitura

28/09/2022

Por: Arthur Caldeira

Maior player do mercado de aluguel para entregadores, a Mottu, de Rubens Zanelatto, tem frota de 15 mil motos em dez cidades brasileiras. Foto: Felipe Rau / Estadão

O aluguel de motos para entregadores virou um grande negócio. Impulsionado pelo crescimento do delivery durante a pandemia e também pela mudança de comportamento do consumidor, que alavancou o e-commerce, alugar motocicletas populares para o delivery tem atraído altos investimentos e novas empresas, nestes últimos dois anos.

Os resultados do maior player no mercado de aluguel de motos para uso profissional, a Mottu, confirmam a máxima de que “os números não mentem”. Quando iniciou suas operações, em janeiro de 2020, a empresa tinha duas motos para aluguel e atuava apenas na cidade de São Paulo.

 “Hoje, temos uma frota de 15 mil motos, em dez cidades brasileiras, e acabamos de inaugurar nossa operação na Cidade do México”, revela Rubens Zanelatto, idealizador e fundador da Mottu. Para crescer, a startup recebeu aporte dos principais fundos de investimento no mundo, como o Tiger Global e o Sequoia Capital, revela o empresário. Em junho passado, a Mottu levantou US$ 40 milhões, numa rodada que deve ajudá-la a chegar a mais de 50 mil motos alugadas, até o final de 2023.

Embora tenha sido impulsionada pela pandemia, quando Zanelatto idealizou a startup a covid-19 ainda não havia se espalhado pelo planeta. A ideia de criar a Mottu surgiu depois que o empresário assistiu a uma reportagem sobre entregadores de bicicleta que moravam longe dos locais de entrega e tinham uma jornada cheia de atritos. “Pensei em como facilitar a mobilidade desses jovens e ajudá-los a aumentar sua renda”, diz.

A frota é composta pela motoneta Honda Pop 110i, que pode ser alugada com planos diários, semanais, mensais e até anuais. O aluguel inclui documentação, seguro, manutenção preventiva e até assistência 24 horas. “Se furar um pneu, o motoboy não vai ligar pro amigo ir ajudá-lo. Vamos até o local e fazemos o conserto, pois eles não podem ficar parados. Ele só se preocupa em abastecer e fazer as entregas”, explica Zanelatto.

A startup também conta com um aplicativo próprio de entrega, para clientes B2B, que promete remuneração melhor do que os apps concorrentes e mais famosos. Quem aluga uma moto da Mottu já está, automaticamente, cadastrado na plataforma.

A receita está dando certo. Apesar da enorme frota, o fundador da Mottu afirma que há fila de espera para alugar suas motos. “Quase não temos concorrentes. O segundo maior player do mercado tem uma frota de cerca de 700 motos”, afirma Zanelatto.

No papel, vale a pena

A grande procura por parte dos entregadores tem também dado um impulso no crescimento de outras empresas de aluguel de motos para o uso profissional. Caso da Loca9, que nasceu em junho de 2020. Com uma frota de 350 motos, que, além da Honda Pop 110, conta com a Yamaha Factor 125, a empresa pretende chegar a 600 motos até o final deste ano.

“A Honda não conseguiu entregar todas as motos que queríamos, mas, agora, fechamos um acordo com a Yamaha para que não faltem motos. A vacância da operação é muito baixa”, revela Pedro Marzuza, fundador e CEO da Loca9. A startup também recebeu aporte de investidores brasileiros para se expandir.

Nos mesmos moldes da Mottu e com planos mensais, semestrais e anuais, as motos da Loca9 também incluem documentação, manutenção e seguro. “Controlamos os períodos de revisão, troca de óleo e até substituição do pneu”, diz Marzuza.

Os clientes recebem notificações quando devem levar as motos à revisão ou qualquer outro tipo de conserto. “Com isso, mantemos a manutenção das motos em dia. O que é bom para a segurança dos próprios entregadores”, revela o CEO da Loca9.

Embora a maior base de clientes da empresa sejam os entregadores, Marzuza afirma que alguns alugam as motos para se locomover. “Quem mora na periferia e trabalha no centro de São Paulo, por exemplo, leva mais de duas horas para chegar ao trabalho. Muitas vezes, com o valor do vale- transporte, pode alugar uma moto e fazer esse deslocamento com muito mais rapidez e comodidade”, diz.

Como muitos não têm reserva para dar entrada em uma moto nova, o aluguel acaba sendo uma boa opção, afirma Marzuza. “Quem faz a conta no papel, acaba chegando à conclusão de que vale a pena alugar”, finaliza.

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