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Patinete elétrico: em Dubai, o sol não é o limite

Por: . 10/10/2022

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Patinete elétrico: em Dubai, o sol não é o limite

Metrópole planeja rotas urbanas específicas e novas regras para viabilizar o uso de patinetes elétricas na cidade

3 minutos, 55 segundos de leitura

10/10/2022

Dubai terá rotas específicas para patinetes. Foto: Fabrício Pietrobelli

A pandemia alterou a necessidade e a forma de deslocamento das pessoas nas cidades e, como resultado, a demanda por modos que garantissem um distanciamento físico adequado cresceu. Em resposta, uma seleta lista de cidades lidera, atualmente, um novo esforço para viabilizar que as patinetes elétricas possam se inserir de maneira exitosa no dia a dia das cidades. 

Entre elas está Dubai – a mais populosa e icônica cidade dos Emirados Árabes Unidos está projetando rotas urbanas específicas para o uso das patinetes elétricas por meio de um Plano Master municipal, que vem acompanhado de novas regulações, leis e requerimentos técnicos, tanto para indivíduos, como para as quatro empresas que oferecem o uso compartilhado delas.

Planejamento e Integração Multimodal 

Sob responsabilidade da Autoridade de Vias e Transportes de Dubai (RTA), o Master Plan faz parte de uma estratégia que visa desenvolver sistemas de transporte integrados e sustentáveis, incentivar a utilização de bicicletas e patinetes elétricas como meio de transporte e desestimular o uso dos automóveis particulares.

Na escaldante e opulenta cidade onde o impossível é constantemente questionado, nem as temperaturas e umidade extremas, típicas de um clima desértico, parecem ser um empecilho. 

Uma equipe de especialistas internacionais foi formada para desenvolver, junto com profissionais locais, o Plano Master municipal. Um planejamento espacial foi realizado para alocar as rotas urbanas de maneira estratégica, atendendo pontos de interesse, gerando maior conectividade dentro e entre bairros e promovendo a integração com os serviços de transporte público. Lá, as patinetes elétricas são usadas principalmente para viagens de curtas distâncias e para conectividade de primeira e última milha.

As rotas também irão incorporar elementos de paisagismo urbano para amenizar a sensação de clima desértico, e estratégias urbanas para reduzir a probabilidade de acidentes, como áreas de baixa velocidade.

Outro cuidado tomado durante o planejamento estratégico foi desenhar as rotas para seguirem um fluxo natural – isto é, seguirem a tomada de decisão cognitiva dos usuários.

Com base nas análises realizadas e na proposição do Plano Master municipal, a RTA irá, então, definir o plano e a ordem de implementação das rotas urbanas, que deverá iniciar ainda este ano, com base em uma avaliação multicritérios.

Custo do espetáculo 

Se na América Latina os custos financeiros tendem a ser os primeiros e principais critérios na avaliação e tomada de decisão de um projeto, em Dubai tendem a ser os menos importantes. Isso porque, na terra onde estão localizadas algumas das maiores reservas de petróleo do planeta, existe uma evidente prioridade pela estética e conceito. O objetivo é despertar sensações e oferecer um espetáculo.

Contudo, ao mesmo tempo que lá está o prédio mais alto já construído, Dubai registra também uma das piores qualidades de ar do planeta. A principal avenida da cidade, com sete faixas por sentido, registra congestionamentos.

E, assim, não à toa, os Emirados Árabes Unidos registram a quarta maior pegada de carbono per capita do planeta. O espetáculo gera enorme custos – não só financeiros, também ambientais. Não apenas locais, mas globais.

Aceitação pública 

No teste piloto, realizado por um ano, durante a pandemia, Dubai registrou meio milhão de viagens nas ciclovias (que foram adequadas para receber também para as patinetes) dos 5 bairros selecionados para o experimento, com uma taxa de satisfação entre os seus usuários de 82%. A fase seguinte de testes ampliou a área para 10 bairros e deverá chegar a 30, com a implementação do Plano Master municipal.

Em solo brasileiro, a cidade de São Paulo já regulamentou o uso e credenciamento de patinetes, mas ainda não dispõe de rotas urbanas planejadas especificamente para o seu uso.

Ainda assim, novas empresas de compartilhamento apostam em modelos de negócios que deverão baratear os custos e atrair usuários. Um exemplo disso é a exigência futura de locais determinados para a retirada e devolução dos veículos – tal qual implementada em Dubai.

Se, por um lado, o desenvolvimento de rotas para patinetes elétricas em Dubai reforça a importância e o poder que os governos têm em liderar as transformações urbanas, por outro, reflete também um desafio comum às cidades do futuro: que o espetáculo não impressione apenas pela aparência, mas também pelas soluções ambientais que elas possam promover.

Para ler mais notícias sobre processos de eletrificação, acesse o canal Planeta Elétrico.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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