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Futuro da mobilidade no trabalho

Por: Daniela Saragiotto . 19/01/2022
Inovação

Futuro da mobilidade no trabalho

Pandemia da covid-19 alterou o deslocamento dos funcionários. Confira as soluções encontradas por algumas empresas

3 minutos, 57 segundos de leitura

19/01/2022

Por: Daniela Saragiotto

mulher andando de bicicleta com máscara
Flexibilização do trabalho, como o modelo híbrido, possibilitou outras formas de deslocamento. Foto: Getty Images

A pandemia da covid-19 impôs, para muitos profissionais que tiveram essa opção, a adoção do trabalho100% home office, o que marcou o in cio de uma série de transformações no mundo corporativo e na vida das pessoas. Fenômeno que, ao que parece, está longe de acabar.

Com o avanço da vacinação (68% da população  brasileira está totalmente vacinada), muitas empresas começaram a pensar em qual seria o melhor formato para seguir daqui para frente.

Com isso, a mobilidade corporativa, a forma de ir e vir para o trabalho ou compromissos relacionados a ele, também passou a ser redefinida, seja por meio de mudanças na política de benefícios, seja pela possibilidade de incorporar novos modais, além dos tradicionais, entre outras transformações.

Pesquisa feita pelo site de recrutamento Vagas.com em outubro de 2021, portanto, antes da onda da variante Ùmicron, aponta que 42% dos trabalhadores preferem o modelo híbrido, com vantagens como diminuição dos deslocamentos, permitir flexibilidade com as tarefas de casa e, ao mesmo tempo, interação presencial com os colegas. Confira outros dados no quadro abaixo.

Marco Haidar Michaluate, CEO da New Value, plataforma de benefícios para colaboradores que atende a grandes empresas como Ambev, Klabin e 99, conta que a crise impactou o setor. “No nosso caso, como oferecemos benefícios exclusivos a segmentos como alimentação, lazer, viagens, entre outros, a procura diminuiu naturalmente por causa do isolamento social, reaquecendo nos meses seguintes. Mas, no mercado de forma geral, o que observamos é uma demanda dos colaboradores por benefícios flexíveis, um movimento que foi reforçado pela pandemia”, diz.

De acordo com o especialista, o fato de muitas pessoas não precisarem mais se deslocar todos os dias para o trabalho ou para compromissos como reuniões e outros é o que tem impulsionado esse movimento.

“Talvez, neste momento, não faça mais sentido oferecer, todos os meses, benefícios como vale-transporte. Se deslocando menos, no caso do modelo híbrido, talvez os colaboradores optem por usar carro por aplicativo ou modais compartilhados, como bicicleta, entre outros. É isso que o benefício flexível permite. Ainda veremos muitas mudanças nesse sentido”, explica o especialista.

No GRI Club, clube de relacionamento que reúne em torno de 8 mil gestores do mercado imobiliário e, desde 2016, também de infraestrutura, os novos modelos de trabalho têm impactos visíveis. “Vemos, pelo relato dos executivos nos encontros, desde empresas que entregam andares inteiros de prédios, porque estabeleceram rodízio de funcionários e não precisam mais do espaço que tinham antes, até companhias que estão mudando o layout dos escritórios, com menos estações de trabalho e mais locais para reuniões, por exemplo, para que fique mais adaptado à nova dinâmica”, diz Gustavo Favaron, manager partner do GRI Club.

Experiências na prática

Cresce a procura por benefícios flexíveis, com o colaborador podendo escolher sua forma de deslocamento. Foto: Getty Images

Nas empresas, esse movimento se dá de várias maneiras, normalmente com mudanças em políticas de recursos humanos feitas com a participação dos colaboradores. A E-moving, empresa de assinatura de bikes elétricas, viu a procura por esse modal aumentar muito desde a pandemia. “Tivemos um boom de empresas de diversos segmentos nos procurando e passando a oferecer as bicicletas elétricas para seus funcionários”, diz Gabriel Arcon, CEO da E-moving.

Ele conta que essa busca tem se dado em duas frentes: companhias oferecendo e-bikes como benefício de mobilidade urbana para o deslocamento casa– trabalho e outros compromissos, inclusive os pessoais, e, por último, a bicicleta como ferramenta de trabalho. “Para quem trabalha na rua, seja fazendo entregas, seja visitando pontos de venda ou a casa dos clientes, empresas estão trocando carros, motos ou até mesmo o transporte público por uma bike elétrica por assinatura. Essa medida reduz muito o tempo de deslocamento, tem emissão zero de CO2 e proporciona mais qualidade de vida para os colaboradores”, conta Arcon.

Na Unishop, um centro de soluções em limpeza e higienização, o vale-transporte foi substituído por um sistema de vans oferecido a todos os cerca de mil funcionários da empresa. Implementado durante a pandemia para atender à solicitação dos colaboradores que queriam evitar o transporte público, o sistema acabou sendo incorporado. “São vans que buscam as pessoas em pontos determinados da cidade e partem da empresa, no final do expediente. A adesão foi muito grande, porque, além de mais confortável, também é mais rápido”, diz Vinicius Meneguin, gerente comercial da rede de lojas Unishop.

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