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Mobilidade elétrica avança na Região Sul do País

Por: Dante Grecco* . 23/11/2022

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Inovação

Mobilidade elétrica avança na Região Sul do País

Dos dez eletropostos da Rota Sul, cinco foram inaugurados no início de novembro

4 minutos, 50 segundos de leitura

23/11/2022

Diego Argenta (diretor superintendente de varejo da rede SIM), Francine Marcheto (diretora de marketing da Movida), Pedro Schaan (CEO da Zletric) e Márcio Alexandre (gerente sênior de business transformation da Nissan do Brasil): as quatro empresas investiram R$ 2,5 milhões para viabilizar o projeto. Foto: Marco Antônio Teixeira

Quem mora em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e possui carro elétrico, agora, pode pegar estrada com mais garantia de que não vai ficar parado no meio do caminho. Isso porque, no dia 8 de novembro, foram inaugurados os primeiros cinco eletropostos dos dez previstos na chamada Rota Sul, uma rede privada que inclui pontos de carregamento instalados em algumas rodovias destes Estados.

Nessa primeira fase, já estão em operação quatro postos rápidos, com 60 kW e conectores Chademo e CCS, nas cidades de São Sebastião do Caí, Gravataí, Caxias do Sul e Três Cachoeiras (todas no Rio Grande do Sul), e um semirrápido, com 22 kW do tipo 2, em Laguna (SC). Em breve, devem ser inaugurados mais cinco pontos de recarga: um rápido, em Gramado, e quatro semirrápidos, em Bento Gonçalves e Camaquã (todos no RS) e em Itajaí e Araquari (em SC).

“A inauguração da Rota Sul é mais um importante passo do plano de eletrificação da Nissan no Brasil, que tem o compromisso com o ciclo completo do veículo elétrico no País”, diz Ayrton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul e diretor-geral da Nissan do Brasil. “Com esse projeto, estamos contribuindo com a infraestrutura de recarga, o que é fundamental para dar maior tranquilidade aos consumidores.” A Rota Sul é resultado de uma parceria envolvendo Nissan, Zletric, Movida e Rede SIM, que, juntas, investiram R$ 2,5 milhões no projeto.

Até 200 km de distância

Todos os pontos de recarga estão localizados a uma distância de até 200 quilômetros, no máximo, entre eles. Para acessar os pontos e efetuar a recarga, o motorista deve baixar o aplicativo da Zletric que permite localizar os eletropostos, habilitar um carregador utilizando o QR Code e ver o histórico de cargas. “Nosso desejo é permitir ao usuário se deslocar com segurança, como sempre fez com seu veículo a combustão, já que ele poderá usufruir de uma rede interligada, disponível e próxima para carregar seu carro”, afirma Pedro Schaan, CEO da Zletric (saiba mais na entrevista a seguir).

A locadora Movida foi a primeira no setor a avançar na eletrificação de sua frota e disponibilizar carros elétricos. “Impulsionar o ecossistema de mobilidade é um dos nossos objetivos. E, com essa parceria, vamos contribuir para aumentar a oferta de infraestrutura de recarga na Região Sul”, comenta Francine Marcheto, diretora de marketing da Movida, que atualmente oferece em sua frota mil carros eletrificados (entre modelos híbridos e 100% elétricos) para locação. 

* O jornalista viajou ao Rio Grande do Sul a convite da Nissan, Movida, Zletric e Rede SIM

Pedro Schann, CEO da Zletric: “Inicialmente, o usuário pagará uma tarifa de R$ 1,99 por kWh” Foto: Marco Antônio Teixeira

Postos com instalações elétricas antigas exigem investimentos maiores

Quais foram os principais desafios para criar esses dez pontos de recarga?

Pedro Schaan: O principal foi reunir diferentes parceiros do setor em nome de um objetivo comum: desenvolvimento de infraestrutura e serviço para carros elétricos. Sejam as montadoras ou operadoras de frotas com investimentos, sejam as concessionárias de energia, para viabilizar de forma eficiente as infraestruturas para instalações, sejam as administrações rodoviárias, que são fundamentais no apoio logístico, sejam os lugares como postos, conveniências e restaurantes que recebem nossos usuários. Outro ponto importante é termos disponibilidade de alta demanda de energia nos mais variados locais. Em rodovias, por exemplo, os postos com instalações elétricas antigas exigem investimento adicional para poder comportar os novos carregadores superrápidos.

Quanto o usuário irá pagar para carregar seu veículo? Há preços diferentes a depender da hora do dia? 

Schaan: Inicialmente, o usuário irá pagar uma tarifa de R$ 1,99 por kWh e, por enquanto, sem variações de tarifa pelo horário do consumo. Esse custo é composto pelo custo do kWh pago à concessionária de energia, taxa de serviço e impostos. Os clientes das marcas parceiras do projeto receberão benefícios adicionais para utilizarem na Rota Sul ou ainda em toda a rede Zletric, no Brasil. Por exemplo, benefícios especiais para recarregar com custo zero por um período determinado.

Qual será o segundo passo desse projeto?

Schaan: Já estamos em tratativas com nossos parceiros para seguirmos com a expansão para interligar Montevidéu, no Uruguai, e Buenos Aires, na Argentina.

Quais são os próximos passos da Zletric?

Schaan: Sobre a rede de carregamento semipública, com a fusão da Zletric com a rede Ecovagas, da Estapar, nos tornamos a rede com mais carregadores instalados. Hoje, são mais de 600 e, com a maior capilaridade, estamos em mais de 15 Estados. Também possuímos a maior rede privada de carregadores rápidos em funcionamento. São oito nos Estados de SP, SC e RS. Temos o objetivo de dobrar esses números para 2023, aumentando a capilaridade e chegando a 20 Estados. Esse projeto de expansão já conta com parcerias firmadas com as redes de concessionárias, como Eurobike, e com as montadoras, como Volvo, Nissan, Renault e Grupo Stellantis.

Como o senhor avalia o crescimento da infraestrutura para carros elétricos, no Brasil, nos próximos cinco anos?

Schaan: A indústria tem apresentado dois dados superrelevantes. O primeiro é que vão continuar a trazer novos modelos elétricos e em volumes cada vez maiores. O segundo é que, entre 2027 e 2028, o valor do elétrico já deve estar no mesmo patamar ou até mais baixo que o modelo a combustão. Isso nos leva a acreditar que, até 2027, já devemos ter instalado dezenas de milhares de carregadores elétricos entre redes semipúblicas e residenciais para atender à demanda.

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