Motos aventureiras em alta
Modelos bigtrail, que mesclam bom desempenho com tecnologia, atraem a atenção de fabricantes e consumidores
3 minutos, 28 segundos de leitura
11/05/2022
O sonho de todo motociclista é ter uma garagem repleta de motos, dos mais variados estilos e com diferentes propostas. Um modelo sem carenagem, mas cheio de estilo, para rodar na cidade; uma esportiva para acelerar na pista e até uma grã-turismo para viajar… Mas nem todos podem se dar o luxo de possuir diversas motos. Com isso, as motos aventureiras têm atraído a atenção de fabricantes e conquistado a preferência do motociclista brasileiro por sua versatilidade.
Também chamadas de bigtrail, as motos aventureiras mesclam bom desempenho com muita tecnologia embarcada, mas sem deixar de lado o conforto para viajar. Dotadas de rodas maiores, pneus de uso misto e suspensões de longo curso, elas têm, em comum, a versatilidade para viajar longas distâncias, superar estradas ruins e até enfrentar trechos sem pavimentação.
Até abril deste ano, por exemplo, foram vendidas 6.721 motos bigtrail ou maxitrail, segundo o ranking de vendas da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). O volume é bem próximo ao das 6.857 motos naked vendidas no período – os modelos sem carenagem são, historicamente, os preferidos dos brasileiros.
Mas isso está mudando, como demonstram os mais recentes lançamentos do segmento de duas rodas no Brasil e no mundo. Apesar de ser famosa por suas motos esportivas, o principal lançamento da Ducati para o mercado brasileiro, neste ano, é a nova Multistrada V4S.
A aventureira, equipada com motor de quatro cilindros em “V” de 170 cv, tem a missão de ser o modelo mais vendido da marca, no País, repetindo o sucesso mundial. No primeiro trimestre deste ano, a Multistrada V4 foi a mais vendida da fábrica italiana, em todo o mundo, com 2.456 unidades entregues.
Até mesmo a centenária Harley-Davidson, célebre por suas belas motos estilo custom, decidiu se “aventurar” no segmento bigtrail. A nova Pan America usa motor de dois cilindros em “V”, com 1.250 cc, e a “função determina a forma”, segundo Brad Richards, head de design da marca americana. Em resumo, a Harley abriu mão dos cromados em um design no qual a utilidade se sobrepõe ao estilo clássico.
Maior mercado da Triumph Tiger
Outro exemplo de como as motos bigtrail têm feito sucesso no Brasil é a linha Tiger, da Triumph. Das mais de 5.000 motos vendidas pela marca inglesa, no País, em 2021, 3.754 eram da bigtrail, disponível em versões de 900 cc e 1.200 cc. Segundo a Triumph Motorcycles do Brasil, a participação da linha Tiger nas vendas totais da marca, no País, é superior a todas as demais subsidiárias, em todo o mundo.
Neste ano, o principal lançamento da fabricante inglesa será a nova geração da Tiger 1200, completamente renovada. Além de motor mais potente, a bigtrail promete revolucionar o segmento com seu baixo peso e uma roda aro 21, na dianteira, o que aumenta sua capacidade fora de estrada, além do tanque de 30 litros.
Aliás, uma das grandes vantagens das aventureiras é a versatilidade para rodar por qualquer tipo de estrada, no asfalto ou na terra, com conforto e boa autonomia. Exatamente por isso, os modelos bigtrail são os mais procurados por quem quer fazer longas viagens.
BMW GS lidera o segmento
Todos os lançamentos de outras marcas têm um objetivo comum: superar o modelo flagship do segmento, a BMW R 1250 GS. Moto mais vendida da marca alemã em todo o mundo, a GS, como é chamada, também repete o sucesso no mercado nacional.
Em 2021, das 11.904 motos BMW vendidas, 4.593 eram R 1250 GS. Ou seja, quase 40% das vendas. Se somarmos os modelos GS de 850 cc, o volume sobe para 7.482 bigtrails alemãs emplacadas no Brasil.
Com preços que partem de mais de R$ 100 mil, as motos aventureiras são importantes estratégica e financeiramente para as fabricantes. Afinal, ninguém quer ficar de fora do segmento que está em alta. (A.C.)
Motos bigtrail que chegam ao Brasil, em 2022
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