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Os caminhos da Linha Laranja

Por: Breno Damascena . 31/08/2022
Meios de Transporte

Os caminhos da Linha Laranja

Iniciativa vai aumentar mobilidade na zona norte de São Paulo, em que moradores ainda sofrem com transporte público

3 minutos, 54 segundos de leitura

31/08/2022

Por: Breno Damascena

Obras da futura Estação Brasilândia, que atenderá a um dos bairros mais populosos de São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Pouco mais de 10 quilômetros separam a Brasilândia e o bairro da Liberdade, em São Paulo. No entanto, quando se compara a estrutura urbana, social e de mobilidade, as duas regiões parecem pertencer a mundos bem mais distantes. A futura Linha 6-Laranja do metrô promete encurtar esse trajeto, e gera expectativas na população; porém, o caminho até lá parece que vai ser longo.

A iniciativa alimenta propostas políticas e debates há mais de uma década, mas apenas quando os gigantescos canteiros de obra começaram a se espalhar pela cidade que os moradores sentiram, de fato, os ares do progresso. “A mobilidade vai melhorar a vida das pessoas, estimular o comércio e valorizar os imóveis”, acredita Tiago Silva, morador em uma casa nas redondezas da futura Estação Brasilândia.

Para chegar ao trabalho, em Pinheiros, o analista de sistemas utiliza o carro, mas afirma que, se o metrô estivesse disponível, ele seria sua opção prioritária. “Em dias de rodízio, preciso pegar dois ônibus, em cada trajeto. É mais de uma hora e 20 minutos para ir e o mesmo tempo para retornar”, comenta. Com previsão de inauguração em 2025, a proposta da Linha 6-Laranja é justamente diminuir esse tempo.

Serão 15 estações (veja quadro abaixo) em um percurso de 15,3 quilômetros, que vai atravessar o Rio Tietê, passar pela zona oeste e desembocar na Estação São Joaquim, na Linha 1-Azul, no centro. A estimativa é de que a linha transporte cerca de 633 mil passageiros, por dia. “Essa viagem dura cerca de uma hora e meia de ônibus. Com o metrô, o tempo será reduzido a apenas 23 minutos”, afirma Nelson Bossolan, CEO da Linha Uni, instituição responsável por tocar o projeto.

Fato é que a linha abre portas para que os moradores da zona norte acessem com mais facilidade o restante da cidade. É isso que pontua Maria Cristina da Silva Leme, professora de arquitetura e urbanismo da USP. “As áreas delimitadas pelos rios têm menos conexão com a parte central de São Paulo, onde ficam as principais empresas, locais com mais empregos e acesso a serviços”, comenta. “O metrô também é o meio de transporte com maior precisão de horário. E é ótimo para quem gasta muito tempo e dinheiro para chegar aos lugares”, complementa a professora. “Quanto mais for para a periferia, melhor”, arremata. O que se vê, portanto, é que os benefícios do empreendimento são notórios, mas, desde que ele começou a ganhar forma, se discute o impacto das obras para além da mobilidade.

Muito além do ir e vir

Assim como outras obras grandiosas da maior metrópole do Brasil, a Linha Laranja é um projeto envolto em polêmicas. A Concessionária Linha Universidade, atual responsável pelo empreendimento, assumiu o projeto em julho de 2020, quase quatro anos depois que o consórcio vencedor da primeira licitação alegou dificuldades para arrecadar recursos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Foi nesse período de hiato que surgiu o Movimento Metrô Brasilândia Já, que reuniu moradores do bairro para protestar pelo fim das paralisações e contra o formato de concessão. “A empresa responsável pela obra, por estar se beneficiando de incentivos públicos, deveria investir em melhorias para a região. Poderiam estar construindo parques ou áreas de lazer, por exemplo”, defende o arquiteto Ênio Silva, um dos integrantes da iniciativa.

Ele conta que, após a retomada das obras, o grupo recuou os protestos, mas estão debatendo se retomam o contato com o governo, depois das eleições. Até lá, Silva argumenta a favor da importância do metrô para a região. “O trânsito, atualmente, afunila, passando do Rio Tietê. E, além de diminuir o uso do carro, o metrô pode fazer com que o Poder Público invista mais no bairro, trazendo opções de lazer, cultura e educação.”

“Os trabalhos na linha geram cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos. Dos 4 mil trabalhadores diretos, 470 são mulheres”, defende Bossolan, CEO da Linha Uni. “A melhora no transporte público é só um dos benefícios. Dentre eles estão o desenvolvimento das regiões que serão conectadas, a geração de emprego, o aumento na demanda, a oferta de serviços locais, a mudança no estilo de vida das pessoas por meio da diminuição no tempo de deslocamento e a redução do CO2”, alega. Saiba mais aqui.

As 15 estações da Linha Laranja

Fonte: LinhaUni
Referência: https://www.linhauni.com.br/linha-6-laranja


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