Desafio da transição energética da cadeia rumo à descarbonização dos automóveis
Em painel no Parque da Mobilidade Urbana (PMU), especialistas discutem como superar os obstáculos da infraestrutura para elétricos no Brasil
A descarbonização dos automóveis é um tema que vem sendo cada vez mais discutido por todos os elos da indústria: montadoras, empresas de infraestrutura para recarga, de energia, de compartilhamento de veículos e órgãos governamentais. Esse um dos aspectos tratados no painel ‘Como superar as barreiras da infraestrutura dos carros elétricos no Brasil’, realizado em 23/06, durante o PMU.
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João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, reforçou a importância da preparação, o quanto antes, de toda a cadeia envolvida na produção dos automóveis. “Ações de descarbonização passam por discussões muito amplas, envolvendo todo o País. E a transição precisa ser muito bem planejada, pois nosso objetivo é fazer aqui esse carro”, afirma, anunciando o desejo da montadora de produção local para elétricos e híbridos.
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Metas
De acordo com ele, a Stellantis tem como meta atingir a descarbonização completa do seu ciclo produtivo até 2038. Mesmo com a maior frota atual de elétricos, com sete modelos, a empresa acredita que o caminho para superar os gargalos atuais de infraestrutura passa por uma transição gradual, combinando etanol e a eletrificação, estratégia que no País foi batizada de BIO-ELECTRO.
A empresa contempla, também, o uso do biometano, aproveitando o posicionamento que o País tem de grande produtor global.
Paulo Maisonnave, responsável pela Enel X Way Brasil, destacou alguns dos obstáculos que a empresa enfrentou em seu primeiro ano de atuação no País. “Nós oferecemos soluções de valor agregado para cidades, com infraestrutura de mobilidade pública elétrica para pessoas e empresas”, disse.
De acordo com ele, já foram entregues, nesse período, 5 mil carregadores, entre venda e aluguel. “Além, obviamente, do desenvolvimento da infraestrutura, que afeta a todos, outro grande desafio é a capacitação de todos os envolvidos”, afirma.
Desafios
Maisonnave reforçou a missão da empresa de facilitar a transformação tecnológica nos centros urbanos, por meio do fornecimento de estações de recarga, e, para empresas, de um ecossistema personalizado e preparado para expansão de soluções de recarga inteligente.
Além disso, a estratégia também contempla frotas de VEs com integração vehicle-to-grid, que consiste no fornecimento de energia para a rede quando o veículo elétrico/híbrido estiver parado. “Com a abertura do mercado livre de energia, será possível definir planos e momentos mais apropriado para carregamento. São estratégias que podem nos trazer muitas oportunidades”, afirma.
Para Guilherme Cavalcante, CEO e fundador da Ucorp, empresa de tecnologia para mobilidade corporativa elétrica, os desafios da companhia evoluíram com o negócio. “Hoje são desafios, no início eram barreiras. De maneira geral, hoje temos discussões e uma rede de pessoas para troca de informações”, explica.
De acordo com ele, hoje um dos maiores pontos de atenção é a questão de cyber segurança. “Dedicamos muito tempo e investimentos ao controle de fraudes, mas faz parte dos nossos esforços essa construção de um ambiente seguro”, diz.
Para Diego Duarte, co-fundador da EZvolt, embora ainda haja incerteza sobre a eletrificação de maneira geral, já houve evolução. “Por volta de janeiro de 2021, criamos o eletroposto do condomínio, em uma época em que tínhamos dúvidas se podíamos vender recarga. Hoje já temos algumas dessas respostas”, disse.
Entre as conquistas, Duarte cita o fornecimento dessas estruturas de recarga para empresas que operam regularmente com frotas elétricas, como JBS, Mercado Livre, Americanas, entre outras.
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