É urgente integrar o aeroporto de Guarulhos à rede de transportes de SP
People Mover oferecerá comodidade aos passageiros na principal porta de entrada do País.
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09/02/2021
A integração do aeroporto de Guarulhos à rede metroferroviária de São Paulo voltou à ordem do dia por causa de bem-vindas iniciativas recentes dos governos federal e paulista. É tema da maior relevância para a mobilidade urbana da região metropolitana e, inexplicavelmente, está pendente há muitos anos.
Em novembro de 2020, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, concluiu o processo sobre a ligação entre os terminais de passageiros e a Linha 13, do governo de São Paulo, por meio de um sistema chamado People Mover, e decidiu que tal ligação deve fazer parte dos deveres contratuais da concessionária do aeroporto, a GRUAirport.
No final de janeiro, em uma reunião que ocorreu no Palácio dos Bandeirantes com o governador João Doria e o presidente da GRU (e dirigentes da Agência Nacional da Aviação Civil) foi fixado o prazo de até o fim de março deste ano para início das obras. São ótimas notícias.
O People Mover é um moderno sistema de trens elétricos de média capacidade, usado para interligar aeroportos à rede de transportes em muitas metrópoles.
Nos principais aeroportos do mundo, o passageiro sai da área de desembarque, entra num People Mover conectado a uma estação de trem ou metrô e, em pouco tempo, chega ao centro da cidade.
O People Mover previsto em Guarulhos oferecerá a mesma comodidade, na maior porta de entrada e saída do Brasil.
Em São Paulo, os passageiros poderão usar vários meios de transporte, acessar o Expresso Aeroporto, da Linha 13, na Estação da Luz, e, com o People Mover, descer diretamente nos terminais de embarque do aeroporto, um percurso que poderá ser feito em 50 minutos, com conforto e confiabilidade.
Hoje, o passageiro que opta pela Linha 13 da CPTM tem de fazer uma desagradável baldeação: sair do trem com suas malas, descer até uma plataforma e esperar um ônibus a diesel, que percorrerá apenas 1 ou 2 quilômetros na sempre lotada Rodovia Hélio Smidt, até chegar aos terminais, atrasando o percurso em mais de 25 minutos.
Essa lacuna desestimula o passageiro a usar a Linha 13, comprometendo um plano de expansão no qual o Estado investiu R$ 2,3 bilhões. Ameaça também a proposta inicial de um serviço de trens de alto padrão, com despacho das bagagens na Estação da Luz.
Instada a resolver o problema, a GRUAirport fez uma concorrência no ano passado para escolher o fornecedor do People Mover.
O primeiro colocado – com ótima nota técnica e o melhor preço – foi um consórcio liderado por uma empresa brasileira, a gaúcha Aerom, detentora da tecnologia aeromóvel, que, desde 2013, opera, com toda segurança, um sistema similar no aeroporto de Porto Alegre.
A GRUAirport, porém, hesita em fechar o contrato com a ganhadora nacional de seu próprio certame, o que alertou as autoridades.
Para o governo federal, é fundamental que o People Mover seja instalado o quanto antes e pelo vencedor da concorrência, pois tal custo será abatido da outorga devida pela concessionária. Portanto, quanto menor o preço, melhor. Além de ser um sistema seguro, com manutenção simples e peças fabricadas no Brasil.
O impasse, ao que tudo indica, está perto de uma solução. É o que todos esperamos.
A modernização do aeroporto de Guarulhos interessa a todos, inclusive à GRUAirport, mas, principalmente, ao seu maior cliente: os passageiros e funcionários do aeroporto.
É um projeto que favorece o transporte público não poluente. É, enfim, um jogo de ganha-ganha, cujo desfecho aperfeiçoará a mobilidade sustentável em toda a Grande São Paulo. Não há mais tempo a perder.
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
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