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Summit Mobilidade 2024: mobilidade nas periferias é tema de quadro especial

Por: Erick Souza . 20/05/2024

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Mobilidade para quê?

Summit Mobilidade 2024: mobilidade nas periferias é tema de quadro especial

Palestrantes convidados apresentam projetos e iniciativas de viabilização de direitos básicos para moradores da periferia

3 minutos, 37 segundos de leitura

20/05/2024

mobilidade nas favelas (Paraisópolis, 2022)
Acesso a direitos básicos, como mobilidade, educação e reconhecimento do próprio endereço, por exemplo, podem ajudar a desenvolver a dignidade dos moradores das favelas no Brasil. Foto: Adobe Stock

As favelas do Brasil, ainda hoje, sofrem com falta de acesso a direitos básicos, como transporte e infraestrutura. Líderes de projetos com o objetivo de viabilizar serviços nas periferias brasileiras estarão presentes no Summit Mobilidade 2024 para falar sobre o problema e como suas soluções têm mudado o horizonte dos moradores de favelas.

O evento ocorrerá no dia 28 de maio na Casa das Caldeiras (Av. Francisco Matarazzo, 1.650, Água Branca), próximo à estação Palmeiras-Barra Funda, na zona oeste da capital paulista.

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De acordo com o último Data Favela, divulgado em março de 2023, o número de favelas dobrou na última década, totalizando 13.151 mapeadas pelo País. A mesma pesquisa indicou que, em média, a renda movimentada nessa regiões ultrapassou os R$ 200 bilhões.

Mobilidade nas periferias

Reconhecendo o potencial econômico da favela em que mora, Paraisópolis (São Paulo), o empreendedor Giva Pereira fundou o Favela Brasil Xpress (@favelabrasilxpress). O projeto viabiliza endereços para moradores de regiões não reconhecidas pelos agentes de entrega, como os Correios e outros.

A ideia, de acordo com Pereira, era a de “desbloquear” esses CEPs após o aquecimento do comércio eletrônico durante a pandemia.

Leia também: Summit Mobilidade 2024 discutirá o futuro do transporte público no País

“A partir dessa rede [de lideranças nas favelas] conseguimos criar microcentros, que funcionassem como CEP e, entrando em contato com algumas empresas que possuiam esses CEPs bloqueados, oferecemos esse modelo de serviço”, explica o CEO e fundador da iniciativa. A ação tem parceria com diversas empresas de vendas e, recentemente, também firmou acordo com a Shein.

Hoje, a startup emprega 250 pessoas, divididas entre 50 funcionários da área operacional e mais 200 entregadores. “Antigamente, as pessoas não tinham endereço [e, por isso,] não conseguiam arrumar emprego ou abrir conta em banco. Além de receber entrega, as pessoas falam muito que, álem do endereço, [o serviço] trouxe, também, dignidade”, conta.

A Favela Brasil Xpress está presente em sete comunidades do Brasil; são cinco em São Paulo; uma no Distrito Federal, na favela do Sol Nascente, a maior do País; e outra em Betim, em Minas Gerais.

Até então, o projeto já entregou 1,7 milhões de pedidos, movimentando quase R$ 2 bilhões. “A ideia é expandir isso para outras favelas do Brasil inteiro, [poder] levar acesso, levar trabalho e renda e dar oportunidade para o mercado digital de acessar essas comunidades” afirma.

Direitos fundamentais

Com o objetivo de viabilizar o acesso à educação, tecnologia e empreendedorismo, nasceu o hub FA.VELA, fundado em Belo Horizonte. A organização atua, há quase dez anos, em projetos presenciais, híbridos e remotos para promover, sobretudo, a educação nas regiões periféricas do Brasil.

As jornadas formativas, como são chamadas algumas das ações, são oferecidas para públicos diversos, com faixa etária ampla; de adolescentes a idosos. A prioridade, de acordo com Tatiana Silva, fundadora e diretora do projeto, são mulheres, pessoas negras, LGBTQIAP+, pessoas de baixa renda e demais cidadãos que vivem em contexto de periferia. “Nossa busca é por pessoas que vivenciam essa desigualdade no Brasil”, explica.

“A maioria entre os fundadores [do hub] tem esse perfil também, e nós acabamos tendo esse acesso à graduação e ao mestrado e vimos como esse espaço faz diferença na nossa jornada”, afirma Silva. Ao longo da trajetória do grupo, o hub cresceu e passou a identificar novos desafios, para além da educação.

Conforme explica a diretora, o foco em educação financeira e educação de negócio precisou dar espaço para toda a estrutura e recursos necessários para a construção de um negócio. “Nós saímos da capacitação empreendedora para entender que precisávamos olhar, também, para todo esse universo de recursos que as pessoas precisam”, afirma.

A partir de então, o FA.VELA continuou a oferecer aulas, mas também passou a disponibilizar acesso à diversos outros serviços. Atualmente, o projeto oferece atendimento psicossocial, viabilização de capital financeiro para alguns projetos, assim como acesso à cultura e lazer.

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