Férias de julho: viagens rodoviárias intermunicipais crescem 10% em 2025, aponta Anatrip
Sudeste é o principal destino das viagens realizadas de ônibus, aponta Anatrip

Durante as férias escolares de julho e junho, o número de viagens rodoviárias intermunicipais cresceu 10% em junho e julho de 2025, em comparação com o ano passado. Os dados são da Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros (Anatrip) e mostram que o Sudeste concentrou a maior parte das partidas e chegadas de ônibus, com 153.824 viagens realizadas no período. Em seguida aparecem as regiões Nordeste (109.296), Sul (56.672), Centro-Oeste (44.528) e Norte (40.480).
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Apesar da divulgação dos dados da Anatrip, eles não são oficiais. De acordo com Letícia Pineschi, conselheira da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não disponibilizou informações sobre viagens realizadas neste ano. “Em razão de modificações no sistema após a nova resolução, ocorreram inconsistências que impediram a divulgação dos dados oficiais pela agência”, afirma.
Viagens rodoviárias no Brasil
Apesar do aumento de viagens, o cenário para o transporte rodoviário interestadual não é de expansão generalizada. “Nas empresas associadas à Abrati, o segundo trimestre (abril, maio e junho) não registrou desempenho de crescimento de demanda, ao contrário”, afirma Letícia Pineschi.
Conforme ela, o setor enfrenta desafios como o endividamento das famílias e o avanço das plataformas de apostas online. A sensibilidade ao preço também tem exigido ações para fidelizar o passageiro.
“As empresas têm feito promoções de cuponagem, ampliado as condições de parcelamento e adotado outras estratégias para manter o passageiro nas viagens do rodoviário interestadual”, explica a conselheira.
Outro fator que pressiona os custos das operadoras é o aumento na demanda por gratuidades previstas em lei. “No caso das empresas do interestadual, essas gratuidades não contam com nenhuma fonte de subsídio ou compensação tributária”, diz Pineschi.
Recuperação no pós-pandemia
Para a representante da Abrati, o setor já superou a crise provocada pela pandemia, mas com mudanças de comportamento que permanecem. “Assim como o aéreo, nossa demanda foi modificada por hábitos e cultura incorporados, como a adoção do home office em órgãos públicos e empresas privadas, que reduziu fluxos das cidades-dormitório”, afirma.
Em contrapartida, ela observa uma busca maior por viagens ligadas ao turismo ecológico, ligadas ao transporte rodoviário.
COP30 e expectativa para o Norte
Com a realização da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, em Belém (PA), o setor rodoviário também espera algum impacto positivo no Norte. “Estamos na expectativa positiva da COP30 impulsionar a busca do rodoviário pelo Pará, mas com toda certeza isso se dará apenas para o público que deverá trabalhar no evento”, avalia Letícia Pineschi.
Conforme ela, as tarifas de hospedagem elevadas devem afastar o viajante turístico da região no período do evento.
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