Impressão 3D: uma revolução na manutenção automotiva
Processo reduz custos, elimina desperdício de material e aumenta agilidade
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18/02/2025
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Imagine quando uma peça de um automóvel fora de linha, preservado com todo o cuidado pelo dono, quebra. Ao proprietário não restará alternativa a não ser garimpar o componente de reposição em lojas muito especializadas. Mas nem sempre a solução é rápida e barata. Contudo, atualmente, há outra saída: a impressão 3D.
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O processo tem revolucionado a indústria automotiva desde o início dos anos 2000, quando começou a fazer parte, efetivamente, dos projetos de veículos.
“Trata-se de uma realidade no desenvolvimento de carros e peças. Ainda não dá para substituir componentes estruturais. Porém, não há impedimento para reproduzir partes plásticas de reposição”, diz Carlos Sakuramoto, diretor de Manufatura e Materiais da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
Fabricação aditiva para redução de custos
Segundo Sakuramoto, a impressão 3D, também chamada de fabricação aditiva, trouxe para o setor uma série de benefícios. Por exemplo: redução de custos, tempo mais curto de desenvolvimento, assim como otimização de uso de matéria-prima.
“Antes, para ter um protótipo da peça, era preciso o ferramental de produção, que, posteriormente, era descartado devido ao desgaste. Agora, a impressão 3D elimina etapas e permite especificar medidas e avaliar a montagem na linha”, explica.
Ao incorporar avanços nas etapas de desenvolvimento, a impressão 3D apresentou vantagens na manutenção e na reposição. Peças desgastadas de ferramentas já podem ser substituídas pelas reproduzidas na impressora. Assim, a necessidade de estoques de moldes de injeção de plásticos está virando coisa do passado.
Na reparação, além de oferecer a possibilidade de componentes sob demanda ou mesmo exclusivos, a impressora 3D tem a capacidade de desenvolver ferramentas customizadas, gabaritos e sistemas de fixação.
“É só ter o desenho com as especificações técnicas para a fabricação do componente, que pode ser de metal ou de plástico. Isso gera economia e rapidez na manutenção de veículos por não precisar mais do molde original”, diz o diretor da AEA.
Fora das montadoras e das grandes indústrias, ainda são poucas as empresas que prestam serviços de modelagem digital 3D. No exterior, parcerias entre as fabricantes e suas redes de concessionárias já começam a oferecer a criação de peças específicas.
BMW, Ford e Porsche, por exemplo, têm unidades próprias para atender o cliente. No Brasil, é mais comum o consumidor encontrar o serviço em empresas independentes. Algumas startups e empresas especializadas vêm investindo na digitalização de componentes para atender colecionadores, entusiastas e até mesmo frotistas que precisam de peças sob medida para veículos fora de linha.
Além do setor automotivo, a impressão 3D já é amplamente utilizada em outras áreas, como aeronáutica e medicina. Com o avanço das tecnologias de materiais e processos, espera-se que a fabricação aditiva se torne cada vez mais presente no cotidiano da indústria e dos consumidores, oferecendo soluções rápidas, eficientes e personalizadas.
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