Kawasaki Ninja faz 40 anos: relembre trajetória da famosa moto esportiva
Completando quatro décadas de história em 2024, a famosa linhagem de motos da japonesa Kawasaki deu origem a diversos modelos e se tornou sinônimo de motos velozes
A Kawasaki Ninja completa 40 anos em 2024. Nas últimas quatro décadas, o nome Ninja conquistou o coração de entusiastas de motos esportivas em todo o mundo. Para celebrar a data, a fabricante japonesa apresentou uma edição especial de diversos modelos Ninja com uma pintura especial, que remete aos anos de 1990.
As edições de 40 anos da Ninja farão sua estreia no EICMA 2023, evento que acontece entre 7 e 12 de novembro em Milão (Itália). São três versões da Ninja que ganharam a pintura especial: a Ninja ZX-10R, que ganhou inúmeros títulos no Campeonato Mundial de Superbike, a Ninja ZX-636R e a mais recente Ninja ZX-4R.
Cada modelo traz uma pintura nas cores verde, azul e branco e o logotipo da Kawasaki nas carenagens. O visual foi inspirado nas motos que venceram três campeonatos de endurance no início dos anos de 1990. Adotada para a série ZX-R de 1989, a pintura tem um ar retrô, mas esconde superesportivas modernas e contemporâneas.
Os modelos da série de 40 anos da Kawasaki Ninja trazem um logotipo do 40º aniversário no tanque. Embora tenham as mesmas combinações de cores, cada uma delas teve o esquema cuidadosamente adaptado às suas carenagens. A adoção de rodas verde limão, com quadro e balança na cor prata, demonstra a atenção da Kawasaki aos detalhes para celebrar esse especial aniversário.
Afinal, os modelos de 40 anos celebram uma marca que virou referência entre as motos esportivas. Conheça, agora, um pouco da trajetória das esportivas da família Kawasaki Ninja.
Ninja: tudo começou por acaso
Quando surgiu no Japão, em 1984, a primeira Ninja não carregava esse nome. A GPz 900, com motor de quatro cilindros com 113 cv de potência, ganhou esse apelido apenas quando chegou aos Estados Unidos. Conta-se que o diretor de marketing da Kawasaki no país, Mike Vaughan, teve a ideia de inscrever “Ninja” na carenagem da esportiva, inspirado na série de TV nipoamericana Shogun.
Devido ao desempenho estúpido, muito acima de outros modelos de quatro cilindros de sua geração, a moto e o nome fizeram sucesso de imediato. Embora o sucesso do modelo já estivesse consumado, em 1986, uma GPz 900 preta e vermelha virou estrela de cinema. Afinal, foi o veículo oficial do piloto de caças Maverick em “Top Gun – Ases Indomáveis”. Vivido por Tom Cruise, o personagem e a moto aparecem em cenas do filme embaladas pelo hit Take My Breath Away da banda Berlin.
Completando 40 anos de história em 2024, a famosa linha da japonesa Kawasaki deu origem a mais de uma dezena de modelos, todos com características, carenagens e desempenho marcantes. Por isso, tornou-se referência no segmento e praticamente um sinônimo de “moto esportiva”.
Mas, essa não é a única Ninja a merecer um lugar de honra na linhagem, conforme mostramos a seguir. Confira algumas outras Ninjas famosas.
Ninja sete-galo
A Kawasaki também entrou na onda das motos de 750cc no final da década de 1980 com a Ninja ZX-7R. O modelo, cujo motor conservava a arquitetura de quatro cilindros em linha, mas com 749 cm³, trazia pela primeira vez na história freios com pinças de quatro pistões.
Seu design, todavia, era controverso. Os dois tubos que a moto trazia acima do tanque, responsáveis por alimentar a caixa de ar, causavam certa estranheza em uma primeira olhada, mesmo para a época.
Ninja ZX-11R, a ligeira
Quando chegou ao mercado, no começo dos anos 90, a ZX-11R foi declarada a moto de produção mais veloz do mundo. O modelo acabou perdendo esse posto cinco anos depois, quando do lançamento da Honda CBR 1100XX Blackbird.
Na carenagem, o farol único retangular e as grandes luzes dianteiras de seta chamavam a atenção. Por baixo, escondia um motor tetracilíndrico de 1.052 cm³, com refrigeração líquida, que gerava potência de 145 cavalos (a 9.400 rpm).
ZX-9R, o ‘patinho feio’
Introduzida em 1994, a Ninja ZX-9R surgiu para ser uma evolução da GPz900 e também uma resposta à CBR 900RR Fireblade, superesportiva da Honda. Produzida até 2002, a motocicleta de 900 cc inaugurou a a arquitetura de um motor com quatro cilindros em linha e 16 válvulas, refrigerado a água. Tal propulsor conseguia oferecer 139 cavalos (a 10.500 rpm), e torque de 9,5 kgfm (aos 9.000 giros).
Contudo, jamais atingiu o sucesso pretendido pela Kawasaki, pois era mais pesada e menos ágil que sua principal rival. Mesmo assim, ajudou a manter a fama da linhagem Ninja.
ZX-12R, veloz, porém domada
Produzida entre 2000 e 2006, a Ninja ZX-12R veio para repetir o feito da antecessora 11R, tomando da Suzuki Hayabusa o posto de moto mais veloz do mundo na época. Para isso, trazia um propulsor de 1.199 cm³ (também tetracilíndrio em linha), capaz de gerar 161,2 cv e 12,4 kgfm.
Sua velocidade máxima poderia romper facilmente a marca dos 300 km/h, mas um acordo firmado pelas fabricantes de superesportivas ainda no primeiro ano de sua produção obrigou a Kawasaki a limitar o pico em 300 km/h.
A poderosa ZX-14R
Em 2006, a Kawasaki substituiu um foguete por outro maior. Vinha ao mundo a ZX-14, que tirava a ZX-12R de cena com um propulsor ainda mais potente. No ano de 2011, o maior modelo da família Ninja foi reformulado e se consolidou entre as sport-tourings.
Além do visual mais agressivo, a moto recebeu a letra “R” no nome e, hoje, sai de fábrica com um motor tetracilíndrico capaz de gerar até 210 cv de potência. O que aumentou ainda mais sua rivalidade com outra japonesa de números superlativos: a Suzuki GSX 1300R Hayabusa.
Ninja 300: a pequena superbike
A Ninja 250R trouxe para marca um novo perfil de piloto: os ávidos por motocicletas esportivas, mas sem experiência ou poder aquisitivo para investir em um modelo maior. No entanto, a Kawasaki queria mais.
Em 2012, a moto foi reestilizada e ganhou linhas semelhantes às da ZX-10R. Equipamentos dignos de superbike, como embreagem deslizante, foram adicionados à receita, cujo ponto alto foi o novo motor bicilíndrico paralelo de 296 cm³. Freios ABS opcionais completavam o pacote da Ninja 300, que foi substituída pela Ninja 400, em 2018. Contudo, a ‘Ninjinha‘ 300 voltou às lojas neste ano, como uma opção mais acessível. Ambos os modelos, até hoje, conquistam motociclistas do Brasil e do mundo como porta de entrada para o mundo das motos esportivas.
ZX-10R, multicampeã nas pistas
Com 1.000 cc, é o modelo mais esportivo da família atualmente, além de reconhecido por sua excelência em desempenho e tecnologia de ponta – controle de tração e acelerador ride-by-wire são alguns dos assistentes eletrônicos embarcados.
Só que nem sempre foi assim: no fim dos anos 1980, a ZX-10 original (que não levava a letra “R”, de “Racing”) passou longe de agradar especialistas e público. Mesmo assim, a Kawasaki resolveu relançar a linha em 2003, na forma de uma potente e nervosa superesportiva para as pistas.
A decisão se mostrou acertada, afinal, a Ninja ZX-10R já faturou seis títulos mundiais de Superbike entre 2015 e 2020 com o inglês Jonathan Rea. A mais recente geração do modelo, a Ninja ZX-10R, vendida no Brasil, tem motor de 213 cv de potência máxima – para meros 207 kg de peso, pronta para rodar – e tudo o que há de mais moderno em termos de tecnologia embarcada e aerodinâmica das pistas de corrida. Tudo isso por um preço que parte de R$ 115.900.
Ninja H2, com motor superalimentado
Ao apresentar a Ninja H2 no Salão de Milão 2014, a Kawasaki deixou suas intenções bem claras: “Não fizemos essa moto porque precisávamos, e sim porque éramos capazes”, vangloriou-se Yasushi Kawakami, diretor geral da marca. A declaração mostrava o desejo de ter uma superesportiva incomparável, única.
Assim nasceu a linha Ninja H2, que também conta com a versão H2R, exclusiva para a pista. Se os 230 cv da versão H2 não forem suficientes, a H2R produz mais de 320 cv, quando o supercharger entra em ação.
Ninja ZX-4R, pequena, mas invocada
Apresentada no exterior no início deste ano, a nova Ninja ZX-4R tem um motor de apenas 400 cc, mas com quatro cilindros em linha. Apesar da pouca capacidade cúbica, o tetracilíndrico produz até 80 cv de potência máxima. A pequena, mas invocada esportiva, chegou ao Brasil em julho.
A Ninja ZX-4R é a única esportiva com essa cilindrada que usa um motor de quatro cilindros em linha. Apesar de ter apenas 399 cm³ de capacidade, o motor DOHC atinge altos giros – uma característica dos motores com essa configuração. Segundo a Kawasaki, o motor da Ninja ZX-4R gira acima dos 15.000 rpm. O modelo também cobra caro por isso, seu preço sugerido é de R$ 56 mil.
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