Desigualdade: bairros da zona sul têm piores condições de mobilidade

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Mapa da Desigualdade: bairros da zona sul de SP oferecem as piores condições de mobilidade

Por: Daniela Saragiotto . Há 4 min
Mobilidade para quê?

Mapa da Desigualdade: bairros da zona sul de SP oferecem as piores condições de mobilidade

Estudo analisou velocidade média dos ônibus, tempo médio de deslocamento por transporte público, acesso a infraestrutura cicloviária e oferta de sistemas de transporte público de massa

4 minutos, 6 segundos de leitura

27/06/2025

Summit Mobilidade 2024 discute transporte público e preço dos ônibus em São Paulo. Foto: Getty Images
Acesso ada população a sistemas de transporte público de alta capacidade foi um dos indicadores do recorte de mobilidade do mapa. Foto: Getty Images

Os bairros da Sé, Brás, e Bela Vista, na região central da capital paulista, concentram as melhores ofertas de mobilidade da cidade, incluindo acesso a sistemas de transporte de massa e a infraestrutura cicloviária e melhores tempos de deslocamento no transporte público. Na outra ponta, os distritos de Pedreira, Jardim Ângela e Cidade Ademar, todos localizados na zona sul da cidade de São Paulo, oferecem as piores condições de mobilidade para a população, segundo a última atualização do Mapa da Desigualdade.

Leia também: Estudo mostra impacto da desigualdade na mobilidade urbana

Esse retrato é o que mostra o recorte de mobilidade do Mapa da Desigualdade de 2024, divulgado na quinta-feira (26) pela Rede Nossa São Paulo. O estudo, feito anualmente desde 2012, apresenta 45 indicadores dos 96 distritos da cidade de São Paulo.

E considera diversas áreas que impactam a qualidade de vida da população além de mobilidade, como saúde, educação, moradia, cultura, esportes, segurança, renda, entre outros indicadores.

No recorte de mobilidade, entretanto, foram analisados quatro aspectos: velocidade média dos ônibus, tempo médio de deslocamento por transporte público e acesso a infraestrutura cicloviária e acesso a sistemas de transporte público de massa.

“A questão territorial é a grande marca da desigualdade na cidade mais rica do Brasil. Existe um centro expandido com uma estrutura com padrão bastante elevado. Mas há distritos periféricos subdesenvolvidos”, disse Jorge Abrahão, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e do Instituto Cidades Sustentáveis. Confira, a seguir, as melhores e piores pontuações no quesito Mobilidade.

Saiba mais: Desigualdades prejudicam o acesso a direitos das populações periféricas

Velocidade média dos ônibus

O estudo calculou as velocidades médias dos ônibus por distritos. Assim, Marsilac, na extrema zona sul da capital paulista, obteve o melhor índice, com uma velocidade média dos coletivos de 24,32 km/h.

Entretanto, quem reside em Campo Limpo, também na zona sul da capital paulista, se desloca em uma velocidade bem inferior: 15,73 km/h em média, o pior índice da cidade de São Paulo. A média dos distritos ficou em 18,05 km/h.

Como fontes foram usados o Inventário de Emissões Atmosféricas do Transporte Rodoviário de Passageiros no Município de São Paulo (IEMA), com elaboração dos indicadores feito pela Scipopullis e Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Tempo médio de deslocamento por transporte público

A diferença entre a primeira e a última colocação é de quase o triplo do tempo: quem mora no distrito de Pinheiros, zona oeste da capital, leva em torno de 25 minutos em seus deslocamentos.

Já moradores do distrito de Marsilac, na zona sul, entretanto, podem levar mais de uma hora em seus trajetos, ou exatos 71 minutos de acordo com a pesquisa.

O tempo médio, calculado em minutos, leva em conta o deslocamento por transporte público por ônibus no pico da manhã, por distrito.

Os dados foram fornecidos pela São Paulo Transportes (SPTrans) e organizados pela Rede Nossa São Paulo.

Acesso a infraestrutura cicloviária

Para esse ranking, o estudo levou em conta a proporção (%) da população residente no raio de até 300 metros de distância de infraestruturas cicloviárias, dividido pelo total do distrito multiplicado por 100.

O mapa foi feito com base em dados do Geosampa, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicador People Near Bikes, criado pelo ITDP.

Na primeira posição está a República, na região central, com 97,75% da população residindo próximo a ciclovias ou ciclofaixas. A média dos distritos da capital fica em 38,35%.

Na última posição, seis distritos estão empatados, com zero acesso a infraestruturas cicloviárias. São eles: Anhanguera, Perus, Itaim Paulista, Lajeado, Guaianases e Marsilac.

Acesso a transporte de massa

Esse indicador, medido pela proporção (%) da população que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de transporte público de alta capacidade (trem, metrô e monotrilho), por zona OD e por distrito, trouxe dois distritos na primeira posição e vários na última.

Os distritos da República e da Sé, ambos na região central da capital, empatam na primeira posição, com 100% da população residindo a até 1 km de distância de estações de transporte público de alta capacidade.

Já a população sem acesso a transporte público de massa reside em 21 distritos, localizados em todas as regiões da capital.

São eles: Anhanguera, Brasilândia, Cachoeirinha, Mandaqui, Tremembé, Jaçanã, Casa Verde, Limão, Vila Medeiros, Vila Maria, Raposo Tavares, Rio Pequeno, Ponte Rasa, Aricanduva, Parque do Carmo, Iguatemi, Cidade Tiradentes, Cidade Ademar, Jardim Ângela, Parelheiros e Marsilac.

Saiba também: Mobilidade urbana e justiça racial: desafios e desigualdades nas cidades brasileiras

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