Veículos elétricos: modelo com extensor para transpor grandes distâncias
O advogado Marcus Macedo percorreu mais de 8 mil quilômetros para registrar sua primeira jornada elétrica
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26/01/2021
Morador de Matupá (MT), o advogado paranaense Marcus Macedo, 41 anos, adora adotar novas tecnologias no seu dia a dia. Em 2019, durante uma visita a um shopping em Cuiabá, a 700 quilômetros de casa, ele foi apresentado a um ponto de recarga para veículos elétricos. Como já estava implantando um sistema de energia fotovoltaica em seu escritório, precisou de apenas dez dias de intensa pesquisa para comprar rapidamente um que atendesse a todas as suas necessidades. “Não foquei apenas nas informações das concessionárias, mas me baseei, principalmente, nas experiências de outros usuários”, explica.
Quando descobriu que o carregador de veículos mais próximo estava a 700 quilômetros de casa e que não havia nenhum elétrico à venda, no Brasil, que atendesse a essa distância, o advogado optou, em outubro de 2019, por um BMW i3, com extensor Rex (“range extender”), que possui um pequeno motor de 650 cilindradas e 38 cv, que serve justamente para aumentar a autonomia das baterias.
Essa foi a principal exigência para a escolha do veículo, na época cerca de R$ 40 mil mais caro que a versão elétrica convencional. “Esse modelo é o único que, no meu caso, possibilita transpor grandes distâncias, principalmente pela falta de infraestrutura elétrica para o carregamento fora das regiões Sul e Sudeste”, avalia. “O tanque de 9 litros funciona como um ‘gerador’, até encontrar um eletroposto na rodovia.”
Até então, Marcus nunca havia dirigido um elétrico ou sequer visto o carro pessoalmente. Para buscar o seu após a compra pela internet, “às cegas”, ele teve de viajar até Curitiba. “No meu Estado, não tem nenhuma autorizada para venda e, para assistência técnica, manutenção e revisões, preciso me deslocar até Brasília (DF) ou Campo Grande (MS), isto é, rodar cerca de 1.400 quilômetros.”
Apps para localizar pontos de carregamento
Para provar para quem não acredita que é viável ter o modal elétrico no Brasil, cerca de dois meses depois da compra, Marcus empreendeu sua primeira grande “jornada elétrica”, indo de Matupá a Araranguá (SC), passando pelo Paraguai e totalizando mais de 8 mil quilômetros (ida e volta). Para os grandes percursos, Marcus conta com o auxílio do aplicativo PlugShare, que permite encontrar as estações de carregamento de EVs e, recentemente, com o aplicativo da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei), em que ele mesmo já cadastrou o ponto de recarga de Matupá – seu escritório, a Advocacia Macedo. O app foi criado para que qualquer usuário de EV possa incluir novos pontos de recarga, fazer seu check-in e trocar informações.
Para ele, preço e ausência de incentivos para reduzir impostos nos veículos elétricos inviabilizam a popularização deles, mas, no seu caso, o que pesa – e muito – é a falta eletropostos em todas as regiões. “Se morasse em São Paulo, Paraná ou Santa Catarina, eu não precisaria de um veículo elétrico com extensor de autonomia.”
Melhor dirigibilidade, economia e direção mais segura
Para o advogado, dirigir um elétrico é uma experiência completamente diferente. “Você muda a forma de conduzir, mais devagar e cuidadosa, uma vez que o excesso de velocidade passa a consumir muita energia. Com mais de 50 mil quilômetros rodados, até hoje não precisei trocar pastilhas de freio, pois estão novas”, conta. Quando comparado ao seu antigo WV Virtus, o elétrico se mostra também mais vantajoso. “Eram mais de R$ mil por mês de combustível, fora o financiamento. Embora a parcela agora seja um pouco mais cara (48 prestações), não tenho esse gasto e ainda contribuo com o meio ambiente. Sem contar o seguro, quase o mesmo de um carro com o dobro de valor.”
Confira a viagem do advogado, com as principais paradas, no link: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=AyFhJLL8qyA
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