O papel da mobilidade no futuro do planeta

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Mobilidade para quê?

O papel da mobilidade no futuro do planeta

Descarbonizar o setor de transportes exige engajamento real, diálogo entre diferentes players e soluções construídas de forma conjunta, com visão de longo prazo

3 minutos, 50 segundos de leitura

05/08/2025

O Brasil conta com uma matriz elétrica limpa e um histórico consolidado no uso de biocombustíveis, como o etanol, diferencial que não pode ser ignorado. Foto: Adobe Stock

Refletir sobre como nossas escolhas impactam o futuro do planeta é uma necessidade constante. Quando falamos em mobilidade, esse impacto é enorme. O setor de transportes é responsável por cerca de 20% das emissões de gases de efeito estufa no mundo todo. E, no Brasil, a maior parte desse número vem das estradas. Mais de 90% das emissões do setor estão concentradas no transporte rodoviário.

Esses números nos colocam frente a uma verdade importante e incômoda: não existe futuro sustentável sem o compromisso de mudanças profundas na forma como nos movemos. E isso vale tanto para o deslocamento de pessoas quanto para o transporte de cargas, que todos os dias faz a economia girar.

Essa responsabilidade é de todos. Governos, companhias, cidadãos. Não basta acompanhar as tendências ou adotar discursos feitos sobre ESG. É fundamental agir, e agir agora. Um bom exemplo desse movimento coletivo é o estudo mais recente desenvolvido pela Coalizão dos Transportes, liderada pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), com a participação de empresas como a Edenred Ticket Log e de instituições como a Confederação Nacional do Transporte (CNT), propõe um plano tático com 90 ações integradas para reduzir em até 70% as emissões de gases de efeito estufa do setor nacional até 2050.

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Ferramentas que ajudam a mensurar emissões

O material reforça o que já sabemos na prática: descarbonizar o setor exige engajamento real, diálogo entre diferentes players e soluções construídas de forma conjunta, com visão de longo prazo.

Nesse cenário, vale lembrar que ninguém precisa começar do zero. Já existem no mercado ferramentas sólidas, com base em metodologias reconhecidas, que ajudam empresas a mensurar emissões, definir metas de redução e compensar o que ainda não pode ser evitado.

Mas não há um único caminho. Cada operação carrega seus próprios dilemas logísticos, financeiros e operacionais. Descarbonizar, portanto, não é seguir uma cartilha: é adaptar, testar, ajustar e seguir insistindo, mesmo quando o retorno parecer lento.

Esse pragmatismo também se aplica às escolhas energéticas, uma vez que a sustentabilidade precisa fazer sentido na prática. O Brasil conta com uma matriz elétrica limpa e um histórico consolidado no uso de biocombustíveis, como o etanol, diferencial que não pode ser ignorado.

A combinação entre eletrificação e soluções já consolidadas representa um caminho promissor para o País avançar em suas metas climáticas.

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A transformação depende de todos nós

Ainda assim, nenhuma transição acontece apenas por força da tecnologia. A transformação também depende do comportamento de todos nós, como indivíduos. Em uma pesquisa recente conduzida pela Edenred, quase 90% dos motoristas disseram saber como poderiam reduzir seus impactos ambientais. Porém, na prática, muitos desses hábitos sustentáveis ainda não fazem parte do dia a dia. Isso comprova que existe um espaço importante para sensibilizar, informar e facilitar o engajamento.

Do lado das empresas, também há sinais positivos. Muitas já adotam metas de neutralidade de carbono. E isso tem força, porque dá consistência ao discurso e exige mudanças estruturais: trocar fontes de energia, rever processos, redesenhar estratégias e compensar as emissões que ainda restam. São iniciativas que mostram maturidade e apontam para um novo padrão de atuação.

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No fim das contas, é assumir que a responsabilidade climática começa no jeito como cada um cuida do seu próprio quintal. Para finalizar, vale lembrar que meio ambiente e mobilidade não são pautas que caminham separadas. As opções feitas hoje, seja no planejamento de uma rota ou na definição de uma matriz energética, por exemplo, têm impacto ambiental direto em nosso futuro.

A transição para uma mobilidade mais limpa e eficiente é um desafio que exige colaboração, responsabilidade e ação coordenada. Cabe a todos os agentes do setor, públicos e privados, assumirem esse protagonismo. É assim que se constrói, de forma coletiva, um futuro mais sustentável para o transporte, para os negócios e para o nosso planeta.

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