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Revitalização dos centros urbanos e mobilidade

Por: . 08/09/2021
Mobilidade para quê?

Revitalização dos centros urbanos e mobilidade

“Em SP, a opção de incluir um VLT integrado a outros modais pode revitalizar o centro.”

3 minutos, 19 segundos de leitura

08/09/2021

Foto: Pexels

O acesso à mobilidade tem reflexo em todo o ecossistema urbano, na melhora do comércio, valorização dos imóveis e atração de novos negócios. Os meios de deslocamento podem ser catalisadores de revitalização de antigos e esquecidos centros históricos de grandes cidades. Um dos principais exemplos disso, no nosso País, é o veículo leve sobre trilhos (VLT), do Rio de Janeiro, que, desde sua inauguração, em 2016, se integrou à paisagem da cidade, respeitando sua arquitetura e belezas naturais.

E também tem sido um agente de integração com outros modais (ônibus, barca, metrô e aeroporto) no transporte de pessoas para a região central, estimulando comércio, serviços e acesso a teatros, museus, entre outras opções de entretenimento.

Há outros bons exemplos no mundo. Bordeaux, cidade francesa classificada como patrimônio da humanidade, passou por intensa revitalização em um processo que considerou a mobilidade e a melhora da qualidade de vida das pessoas. Bordeaux também optou pelo VLT para tornar o deslocamento mais fácil, em trilhos que chegam a 45 quilômetros e por onde os trens percorrem 12 dos 27 municípios da região, dando um ar moderno ao estilo das construções. Esse meio de transporte transformou os fluxos nos principais pontos e melhorou o trânsito, pois muitos moradores passaram a deixar os carros nas garagens.

Mais população no centro

Na América Latina, temos outros modelos bem-sucedidos. Em Santiago (Chile), a revitalização do centro contribuiu para o aumento de 45% da população na região em dez anos e reverteu a imagem de um local deteriorado, fora de moda e perigoso. Na capital chilena, somam-se a esse processo os investimentos na mobilidade elétrica e a substituição gradativa da frota de ônibus para modelos com menos emissões de CO2.

Há ainda Medellín, na Colômbia, que deixou, no passado, muitos dos seus problemas sérios ao passar por uma profunda revitalização e adotar um sistema de mobilidade que é modelo pela eficiência e integração dos modais, desde o metrô, que cruza a cidade, e a melhoria no trânsito até a redução nas emissões com meios eletrificados e o estímulo ao uso de bicicletas.

Voltando ao Brasil, algumas capitais seriam excelentes candidatas para revitalização das regiões centrais, com integração de mobilidade que não agride a arquitetura e que ajuda a impulsionar o potencial comercial, turístico e imobiliário da área. São Paulo, Salvador e Porto Alegre são algumas delas. Na capital paulista, a opção de incluir um VLT integrado a outros modais pode ser uma alternativa para começar a revitalizar a região central e dar um novo impulso a eixos comerciais, como a Rua das Noivas, a Santa Ifigênia e o Brás, entre tantas outras áreas que podem renascer e atrair novas pessoas e negócios e dar outra vida a pontos turísticos do entorno.

Olhar para o futuro

Rejuvenescer ambientes urbanos e planejar a mobilidade representa um olhar para o futuro pós-pandemia. Mas isso envolve superar algumas barreiras. Uma delas é pensar em um plano estratégico de longo prazo para a infraestrutura das cidades para além do período de mandatos. Outra questão é engajar a população, que precisa compreender e ter resiliência com os transtornos causados pelas obras de revitalização que trarão resultados futuros. E há, ainda, o financiamento dos projetos, considerando a escassez dos recursos públicos, no atual momento, e no modelo de parcerias público-privadas (PPPs), com ofertas e contrapartidas interessantes para atrair recursos de empresas.

Mesmo diante desses desafios, fica claro que a revitalização dessas áreas gera importantes resultados. A mobilidade é um ponto fundamental nesse processo, pois o acesso fácil e confortável da população nessas regiões traz novos tipos de comércio, de serviço, outros moradores e empreendimentos imobiliários.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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