Jovens eleitoras falam de política e cidadania
Termina nesta quarta, 4 de maio, o prazo para regularizar e tirar o título; quem vota pela primeira vez diz o que espera das eleições deste ano
4 minutos, 27 segundos de leitura
03/05/2022
Por: Beatriz de Oliveira, Nós Mulheres da Periferia
![jovens eleitores](https://mobilidade.estadao.com.br/wp-content/uploads/2022/05/jovens-eleitores.jpg)
Termina nesta quarta, 4 de maio, o prazo para regularizar e tirar o título e assim poder votar nas eleições de 2022. Nos dias 2 e 30 de outubro os brasileiros vão às urnas para escolher presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais.
NÃO PERCA O PRAZO
Quarta-feira, dia 4 de maio, é a data limite para tirar o título de eleitor e conseguir votar em 2022. É possível emitir o documento pela internet, no sistema TítuloNet. O site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza um passo a passo
Em fevereiro foi registrado o menor número da história de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor, os quais têm voto facultativo. Nas eleições de 2020, esse grupo representou 0,7% da população com título de eleitor, enquanto nas votações de 2016 eram 1,61%.
Em movimento para mudar esse quadro, influencers e artistas fizeram campanhas nas redes sociais pedindo que adolescentes tirassem seus títulos. Houve resultado: segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores jovens subiu 28% de fevereiro para março.
Para Raquel Franzim, diretora de Educação do Instituto Alana, organização que desenvolve projetos pensando na garantia de condições para a vivência plena da infância, os jovens não estão desanimados com a política, pelo contrário, estão apresentando diferentes maneiras de atuar nesse campo, para além da política partidária. “A gente vê um engajamento grande em ações tão relevantes quanto a votação”.
“A participação nas eleições é uma das nossas maneiras de participar politicamente da vida, a gente pode participar também na escola, no território, na sociedade, nas artes, no mundo do trabalho, nos grupos identitários”, afirma.
O Expresso na Perifa perguntou a quatro jovens que tiraram seus títulos de eleitor neste ano quais os sentimentos e as expectativas com as eleições. Pensar no bem coletivo na hora de votar predominou em todas as respostas.
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Lívia Maria Silva, 18 anos | Capanema (PA)
Criou o projeto Levanta Jovem, para incentivar o protagonismo da juventude na região norte
“Eu entendo que os jovens precisam ser ativos na política. Se a gente quer ser representado, que as nossas ações tenham impacto, se a gente quer ver a melhora da sociedade, realmente gerar uma mudança estrutural, a política é a melhor forma de fazer isso. Quando nós tiramos o título de eleitor, temos a oportunidade de tomar essa decisão, de participar.
Eu estou com um sentimento de esperança que tomaremos decisões mais coerentes, que estejam de acordo com o melhor para o bem de todos. Mas eu entendo que vai ser um ano complexo por conta da polarização. Será um ano bem difícil com relação a comunicação de partidos diversos. Eu estou me preparando emocionalmente para tomar a melhor decisão, a mais racional e a que envolva o bem coletivo.”
Analice Russi, 17 anos| favela de Heliópolis, São Paulo (SP)
Tirou seu título de eleitor em um mutirão realizado pelo projeto Observatório de Olho na Quebrada
“Tive vontade de tirar o título de eleitor para poder participar mais da democracia do País, poder participar da escolha de quem vai dar as ordens (sic) no lugar onde eu moro. Insatisfação é a palavra certa para descrever a política do Brasil. Espero que, com um estudo de plano de governo melhor dos candidatos, escolhamos um que realmente faça diferença, que tenha atos mais humanos.”
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Ana Carolina de Laria, 18 anos | bairro Azenha, em Porto Alegre (RS)
‘Chegou a minha vez’
Ana Carolina se sente mais segura e responsável e conta que não é movida só pelos próprios interesses, e sim por pensar em todos à volta. “O meu sentimento em relação à política atual é de cansaço, de ‘bah’, sabe? Porque ver tudo que as pessoas estão passando e passaram por conta dessa política atual é desanimador, é triste. As minhas expectativas estão bem altas para as votações, eu estou apostando no bem, acreditando que dessa vez pode mudar para melhor.”
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Maria Eduarda de Laria, 18 nos | bairro Azenha, em Porto Alegre (RS)
“O que mais me motivou [a tirar o título de eleitor] é a situação atual do governo. Alguns direitos estão sendo tirados dos cidadãos, muita falta de noção e empatia com pessoas de baixa renda familiar. Meu sentimento é de indignação. Algumas questões não me afetam diretamente, mas sei que a situação que nos encontramos hoje com o atual governo afeta muita gente, a maioria da população, pobres. Uma das minhas maiores expectativas é de que as pessoas saibam votar, não no que é melhor para elas, mas para toda sociedade. Que tenham muita empatia e certeza do seu voto.”
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