PM desmonta atividade de extração ilegal de palmito-juçara na Mata Atlântica
Planta ameaçada de extinção era extraída de um parque no município de São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital paulista
Com reportagem do Estadão
A Polícia Militar Ambiental e a guarda do Parque Estadual Serra do Mar (PESM) desmancharam no dia 3 de novembro um acampamento clandestino utilizado para a extração ilegal do palmito-juçara. Foram apreendidos 350 quilos da planta em risco de extinção, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Um homem, de 46 anos, foi preso em flagrante.
Segundo informado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), as autoridades patrulhavam trilhas quando viram três homens com mochilas improvisadas de sacos de nylon, que correram ao perceber a aproximação dos agentes.
A polícia conseguiu prender um suspeito e, no local, encontrou um acampamento clandestino com equipamentos utilizados para dar suporte aos criminosos, como camas, colchões e panelas. O palmito já estaria pronto para envase e comercialização.
O caso foi registrado como extração e transporte de produtos de origem vegetal sem autorização, na Delegacia de Polícia de Investigações contra o Meio Ambiente e Setor de Produtos Controlados (DIICMA) de São Bernardo do Campo.
Conforme já mostrou o Estadão, o palmito-juçara, espécie-chave da Mata Atlântica, foi explorado de forma predatória durante meio século para produzir um palmito de sabor e textura considerados superiores pelo mercado. Se antes era abundante no bioma, hoje só é encontrado em unidades de conservação.
De acordo com a PM Ambiental, como tem apenas um caule, quando extraída, a planta morre. Isso gera prejuízos para diversas espécies de animais silvestres, que migram na mata para se alimentar da juçara e ajudam-na na polinização e dispersão de sementes, o que é essencial para floresta se regenerar.
Em risco de extinção, o combate da extração ilegal do palmito-juçara é uma das frentes de atuação da Polícia Militar Ambiental, que de janeiro a outubro, já apreendeu mais de 5,9 mil unidades de palmito e autuou 277 pessoas.
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