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Rapper Realleza fortalece a autoestima das mulheres negras

Por: Ariel Freitas, Favela em Pauta . 01/06/2022

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Rapper Realleza fortalece a autoestima das mulheres negras

Cantora quer ‘construir o próprio reinado’ dentro e fora do Distrito Federal

2 minutos, 13 segundos de leitura

01/06/2022

Por: Ariel Freitas, Favela em Pauta

Rapper Realleza quer erguer o 'próprio reinado' dentro e fora do Distrito Federal

“Em um mundo onde as mulheres negras são definidas por todos menos por elas mesmas, o hip-hop e o rap me deram a possibilidade de ser quem eu quiser”, afirma Rebeca Elen, de 26 anos, a rapper Realleza. Nascida e criada na favela Sol Nascente, a maior do Distrito Federal, Rebeca é formada em Direito e também trabalha como produtora cultural.

A faixa título do álbum Afrontosa, de 2020, indica a mensagem que Realleza quer passar em suas letras.

Não sou a globeleza, tô mais pra realeza
Pantera negra, então ser braba é de natureza
Eu sou dessas firmeza, a dona da destreza
E tô passando com meu bonde, a cara da riqueza

Realleza começou a cantar na igreja aos 10 anos, depois encontrou o rap e em 2018 deu partida na carreira solo. A artista fala do ponto de vista da ancestralidade. “[Sou] Uma mulher preta livre que produz cultura, conhecimento e sonhos para que as próximas não se vejam como subalternas ou inferiores, e sim como parte de um reinado próspero, ancestral e potencializador de narrativas dos que um dia esqueceram quem realmente são, reis e rainhas”, diz.

Na opinião de Realleza, a indústria fonográfica é racista e machista e, ao enxergar o hip-hop como produto, introduziu preconceitos no gênero. Ser uma mulher negra e bissexual na cultura hip-hop é um desafio na busca por espaços. “Tratar mulheres como objetos, LGBTQIA+ como sub-humanos e negros como mão de obra barata são premissas dos colonizadores brancos ocidentais”, afirma a artista. Para mostrar como a cena hip-hop pode ser múltiplo ao explorar a potência dos corpos negros que se propõem a fazer arte, Realleza defende o diálogo sobre a luta de gênero e sexualidade. “O movimento precisa entender de uma vez por todas que ou você é a voz dos oprimidos ou você é a voz do opressor. Não dá pra ser os dois.”

Fora do eixo Rio-São Paulo, que concentra a maior parte dos negócios, Realleza gostaria de continuar fazer história na própria cidade e ser reconhecida nacionalmente a partir do Distrito Federal. “A vitrine do Brasil não é o centro-oeste”, afirma. Na busca por visibilidade, mudou recentemente para o Rio de Janeiro, onde tem trabalhado os próximos lançamentos.

“Acredito muito que a cultura e a educação são agentes transformadores de vidas”, diz Realleza. Ela quer melhorar a qualidade de vida das famílias que acompanha, agenciar outros artistas no selo musical que pretende criar e fazer projetos sociais em escolas públicas, fortalecendo a cultura negra.


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