Recarga de carro elétrico ganha novas tecnologias e possibilidades

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Carro elétrico: supercarregador da BYD, eletroposto móvel e parcerias são algumas das novidades

Por: Mário Sérgio Venditti . Há 1 dia atras

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Planeta Elétrico

Carro elétrico: supercarregador da BYD, eletroposto móvel e parcerias são algumas das novidades

Supercarregador da BYD, parcerias e eletroposto móvel constituem soluções rápidas e fáceis para o usuário carregar a bateria de seu carro elétrico

5 minutos, 23 segundos de leitura

31/03/2025

Eletroposto móvel da General Charge_Foto: General Charge
Segundo a startup General Charge, uma hora de carga gera autonomia de 30 km, suficiente para usuário chegar em casa ou no próximo posto. Foto: General Charge/Divulgação

Na hora de recarregar seus carros elétricos, o consumidor tem pressa. Uma parada de 40 minutos a uma hora para realimentar a bateria é um transtorno ao dono do carro movido a bateria – ou quem pretende comprar um. Assim, as fabricantes estudam tecnologias inovadoras, criam parcerias ou buscam alternativas para não deixar o usuário na mão na recarga. Veja três novidades no setor. 

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Recarga com carregador ultrarrápido da BYD

Fazer a recarga de um veículo elétrico em um tempo tão curto quanto o abastecimento de um modelo com motor a combustão – para evitar as indesejada espera dos usuários – era um desafio da indústria da eletromobilidade.

Sete meses depois da chinesa Zeekr lançar a “Golden Battery” (bateria dourada) capaz de recarregar até 80% do componente em oito minutos, contudo, a também chinesa BYD avançou nas pesquisas com a Super e-Plataform, tecnologia com potência de um megawatt (ou 1.000 kW) e que precisa de meros cinco minutos de recarga para gerar autonomia de 400 quilômetros. Abastecer um carro a gasolina pode levar de 5 a 8 minutos.

Por enquanto, o carregamento ultrarrápido só estará disponível na China . “No futuro, planejamos construir quatro mil estações ultrarrápidas para recarga em nosso país”, afirma Lian Yubo, vice-presidente executivo da BYD.

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Barulho no mercado

O anúncio do carregador ultrarrápido repercutiu junto aos profissionais ligados à expansão da eletromobilidade brasileira. “O desafio não está apenas em fornecer uma superpotência de recarga, mas em garantir que essa força toda seja acompanhada de segurança, durabilidade, autonomia e infraestrutura capazes de suportá-la”, afirma Carlos Roma, diretor técnico da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Dessa forma, ele faz uma comparação com o passado. “O salto não está no carregador e sim na bateria. Antigamente, as oficinas turbinavam motores aspirados, diminuindo a vida útil deles. Com o tempo, os turbos vieram de fábrica e brozinas, mancais, pistões, anéis e lubrificantes foram redimensionados, aumentando a duração do conjunto”, destaca.

O mesmo acontece com as baterias.  “Para suportar uma potência elevada, elas são preparadas para durar muito mais porque em 90% dos casos serão realimentadas em casa a 7 kW de potencia e na estrada a 350 kW. Daqui a pouco, as baterias serão do tamanho de uma caixa de sapato”, acredita.

Davi Bertoncello, diretor executivo da Tupi Mobilidade, revela que o fator limitante da velocidade de recarga não é a potência do carregador – que pode ultrapassar 350 kW -, mas sim a capacidade da bateria de absorver essa carga sem superaquecer, perder eficiência e comprometer sua vida útil.

“Com essa nova arquitetura, a BYD propõe melhorias na química da célula, no sistema de refrigeração e na inteligência de gerenciamento térmico e energético. Em resumo: baterias mais ‘corajosas’ e preparadas para altas correntes”, afirma.

Bertoncello, entretanto, entende que o impacto é duplo para o consumidor: a redução drástica no tempo de recarga, aproximando a experiência de abastecimento dos carros a combustão, e a previsibilidade no dia a dia.

“A espera vai desaparecer em viagens longas ou na rotina urbana intensa. Assim, vale destacar que essa performance depende de carregadores ultrarrápidos, ainda pouco disponíveis na maior parte das cidades brasileiras”, destaca.

Parceria E-Wolf e Omoda & Jaecoo agiliza recarga

A Omoda e Jaecoo, marcas que pertencem à Chery, agiram rápido. Como um único grupo, elas se instalaram no Brasil em março e já anunciaram parceria com a E-Wolf, empresa de soluções para recarga de veículos híbridos e elétricos.

Com o acordo, a E-Wolf fornecerá infraestrutura, equipamentos e serviços como instalação, manutenção e pós-venda. De acordo com o diretor Thiago Castilha, a empresa apostará nos wallboxes, equipamentos de parede.

“Um aparelho portátil pode levar até 24 horas para reabastecer completamente a bateria, ao passo que um wallbox leva de seis a oito horas ou até mesmo uma hora, dependendo da potência”, garante.

Eletroposto móvel

Embora parcerias como a da E-Wolf e Omoda & Jaecoo sejam importantes, a infraestrutura de recarga no Brasil está aquém diante do crescimento da mobilidade elétrica.

A startup General Charge não tem a pretensão de resolver esse impasse, mas começou a oferecer uma solução bastante prática: o Eletroposto Móvel.

Com injeção de capital de R$ 278 mil vindo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação (Embrapii), a General Charge desenvolveu um equipamento que pode prestar socorro rápido aos veículos e motocicletas com “pane seca”.

Flexibilidade para várias situações

A inovação traz flexibilidade e facilidade, com recargas em locais sem infraestrutura, garantindo que viajantes e empresas operem sem preocupações e com custos menores.

“Os eletropostos móveis são úteis para socorrer veículos elétricos de seguradoras e concessionárias de estradas, por exemplo”, diz Luiz Gilberto Camargo, CEO da startup. “Quando a bateria do carro descarrega é preciso aguardar a chegada de um guincho. Com o eletroposto móvel podemos ajudar com mais agilidade.”

Atualmente, a General Charge atua nas modalidades de aluguel e venda do produto, voltado principalmente para pedágios e seguranças responsáveis pelo socorro a automóveis elétricos em estradas e áreas urbanas. O custo de locação do equipamento é de R$ 645 por mês, com contrato mínimo de dois anos.

“A primeira unidade estará disponível para residentes da Polis de Tecnologia, parque tecnológico em Campinas (SP). Nosso objetivo é alcançar 100 eletropostos móveis até o fim do ano e mil em 2026. Futuramente, esperamos que os motoristas solicitem uma moto de recarga sob demanda, pagando a quantidade de energia utilizada”, revela.

De acordo com Camargo, uma hora de carga proporciona autonomia de 30 quilômetros, suficiente para o usuário chegar em casa ou no próximo posto.

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