Veja quais são as principais limitações do carro elétrico
Falta de infraestrutura de recarga e de qualificação das oficinas é um problema enfrentado pelos donos de veículos movidos a bateria
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17/02/2025
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Em crescente trajetória de participação no mercado brasileiro, o carro elétrico é, sem dúvida, uma opção atraente. Não polui, roda de maneira silenciosa e promete manutenções mais simples devido ao menor número de peças móveis. Mas também é uma decisão desafiadora, ao menos enquanto não for amplamente disseminado no País.
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A infraestrutura, ou a falta dela, é sempre citada como umas das principais limitações. Segundo dados da Tupi Mobilidade, empresa de soluções de eletromobilidade, o Brasil possui cerca de 12 mil pontos de recarga públicos ou semipúblicos instalados.
Do total, mais de 80% são do tipo AC, de carga lenta. Ou seja, demoram mais para abastecer a bateria do veículo. E mesmo nos DC, de carga rápida, o tempo de espera pode chegar a 60 minutos.
No ano passado, o crescimento nas vendas dos modelos 100% elétricos foi de 34,7% em relação a 2023, com 61,6 mil automóveis e comerciais leves. Com isso, a frota circulante no País alcança 92 mil unidades.
Dessa forma, a infraestrutura disponível corresponderia a um ponto para 7,7 carros. Não é um número tão ruim, mas não leva em conta que as estações ainda estão concentradas em grandes centros urbanos e em algumas rotas rodoviárias. Isso sem considerar as estações danificadas.
Uma incerteza que faz o consumidor hesitar antes de optar pelo elétrico é o valor de revenda. Levantamento da empresa de consultoria Bright Consulting estima 15% de depreciação após um ano de uso, mais que o dobro da média do carro a combustão, de 6% de desvalorização.
Atenção nas revisões
Na hora da manutenção, algumas questões também precisam ser consideradas. Segundo o professor Pedro Luiz Scopino, diretor e conselheiro do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa-SP), apesar da garantia de oito anos oferecida pelas fabricantes, a bateria se degrada com o tempo, reduzindo a autonomia do veículo.
“Existem outros componentes do sistema elétrico, como o de recarga e inversores, que eventualmente apresentam avarias, além de ser caros. Os pneus, por sua vez, sofrem desgaste prematuro, por conta do peso e do alto torque do carro elétrico”, afirma.
Scopino lembra que, embora tenha menos componentes, o veículo elétrico possui sistema de suspensão, freios, amortecedores, ar-condicionado e bateria de 12 volts para o funcionamento de lâmpadas. “Tudo isso precisa ser inspecionado frequentemente, reparado ou mesmo substituído conforme o nível de desgaste”, diz.
As próprias oficinas são outro ponto de atenção. Nem todas estão totalmente preparadas para fazer as revisões do automóvel movido a bateria, principalmente as independentes.
“Para trabalhar no veículo elétrico, o profissional técnico precisa ser certificado por curso NR-10, o que o habilita para serviços em sistemas de alta tensão”, destaca. “Caso contrário, é uma temeridade pedir para que ele execute algum tipo de serviço.”
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