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Um dos principais corredores viários da capital paulista, a Marginal Pinheiros é centenária. A história que carrega é tão movimentada quanto o trânsito intenso e característico de todos os dias.
Já passou alguma vez pela SP-015 ou Via Professor Simão Faiguenboim? Acredite, esses são os verdadeiros nomes da Marginal Pinheiros, cujo “apelido” é mais comum de ser utilizado até pelo GPS dos carros e celulares.
Como era de se imaginar, grande parte das avenidas da SP-015 e da Via Professor Simão Faiguenboim margeiam o Rio Pinheiros. Por esse motivo é que o corredor viário ganhou um nome personalizado.
Em 1920, surgiu o primeiro projeto da Marginal Pinheiros, criado pelo engenheiro e sanitarista Francisco Saturnino de Brito. Na época, o então prefeito de São Paulo, José Pires do Rio (com o perdão do trocadilho), considerou a ideia muito ousada.
Nem tudo foi por água (ou por rio) abaixo. Na década de 1930, a discussão foi retomada. Anos depois, o engenheiro civil Francisco Prestes Maia elaborou o Plano de Avenidas, em um modelo radial, prevendo a canalização dos rios Pinheiros e Tietê.
A construção de avenidas ao longo das margens de ambos começou apenas em 1954 e durou mais de 20 anos. O primeiro passo foi deixar o rio mais “reto”. Por esse motivo é que os alagamentos estão entre os maiores problemas do trânsito para os paulistanos.
Um grande exemplo do quanto as obras da Marginal Pinheiros interferiram no curso natural do rio é a região da Ponte do Jaguaré. O local era um desvio das águas, antigamente. Hoje, o trecho na Zona Oeste é um dos mais atingidos por alagamentos.
A importância da via se reflete em números: a Marginal Pinheiros recebe mais de 450 mil veículos por dia. Isso porque liga a região de Interlagos ao Complexo Viário Heróis de 1932, no acesso à Rodovia Presidente Castelo Branco.
O movimento é tão grande que a Marginal Pinheiros se une à Marginal Tietê para delimitar o minianel viário do rodízio de veículos da capital paulista. A medida para reduzir o número de carros nas vias da cidade foi criada em 1997.
mil veículos por dia
anos de história, desde o início do projeto
anos de construção, a partir de 1954
Um levantamento feito pela Polícia Militar em 2017 mostrava que um acidente a cada seis horas era registrado na Marginal Pinheiros na época. Um aumento de 80% em relação ao ano anterior.
Com isso, a Marginal Pinheiros foi considerada a via mais perigosa da cidade em 2018, por um levantamento da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET). Naquele ano, foram 245 acidentes e 22 mortes.
Outra fama não muito boa atrelada à marginal é a do próprio Rio Pinheiros, conhecido por ser muito poluído. Em 2019, o governador de São Paulo, João Doria, lançou um programa que prevê a despoluição completa das águas até 2022.
governador João Doria.
Em julho de 2020, a Sabesp assinou os últimos quatro contratos para a despoluição, no valor total de R$ 459 milhões. Com isso, foram realizadas ligações da rede de esgoto e recuperação das margens do rio, que estão mais profundas e com menos lixo.
Por meio do programa Novo Rio Pinheiros, do Governo do Estado, a meta é retirar 500 mil m³ de detritos no desassoreamento, além de 700 mil m³ no desaterro. O volume equivale a 480 piscinas olímpicas.
A Marginal Pinheiros não é apenas para carros. Com 21,5 quilômetros, a Ciclofaixa Rio Pinheiros é uma alternativa para o deslocamento diário dos paulistanos. A alternativa foi criada pela CPTM e corre em paralelo a um trecho da Linha 9-Esmeralda.
76 mil ligações de esgoto
16,8 mil toneladas de lixo flutuante já removidas do leito
Revitalização da ciclofaixa da Marginal Pinheiros
Fotos: Acervo Fundação Energia e Saneamento, Agência Estado e Sabesp