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O que é economia de baixa altitude? Conheça o potencial

Por: Fellipe Gualberto . 20/08/2024
Inovação

O que é economia de baixa altitude? Conheça o potencial

Turismo, entregas e mobilidade urbana estão dentro do pacote

4 minutos, 4 segundos de leitura

20/08/2024

Por: Fellipe Gualberto

No Brasil entregas com drones já são realidade, mas ainda há muito espaço para crescimento no setor. Imagem: Adobe Stock

Você já ouviu falar em economia de baixa altitude? Esse mercado está em foco na China e já movimentou 500 bilhões de yuans em 2023 (cerca de R$ 380 bilhões, em cotação atual), com previsão de chegar a 2 trilhões de yuans até 2030 (cerca de R$ 1,5 trilhão), segundo dados da Administração de Aviação Civil da China (AACC).

Englobando logística, voos turísticos, mobilidade urbana, pesquisa e desenvolvimento de aeronaves ou infraestrutura, o mercado está em desenvolvimento e pode ser uma oportunidade de negócios nos próximos anos. Confira mais sobre o assunto.

Economia de baixa altitude no transporte de passageiros

O transporte de passageiros em curtas distâncias representa um mercado promissor na economia de baixa altitude. “Não existe serviço aéreo para atender distâncias entre 100 e 300 km. Aviões não operam em menos de 300 km e carros tornam essas viagens demoradas”, afirmou Camilo Oliveira, responsável pelas relações institucionais da Azul, em matéria publicada anteriormente no Mobilidade Estadão.

Transporte de passageiros em aeronaves que voam em altura baixa e em trajetos menores é promessa de lucro em grandes cidade. A expectativa é de que, no futuro, os eVTOLs possam oferecer esse serviço no Brasil por cerca de R$ 516,00 em um trajeto de 30 km. O valor é três vezes menor do que se cobra atualmente com helicópteros.

Leia também: Carro voador: Voar de eVTOL será mais barato do que em helicóptero

A China, em 18 de agosto, inaugurou em caráter experimental uma rota aérea de baixa altitude ligando as cidades de Shanghai e Kunshan. O trajeto, que demora 1h50 em solo, será feito em 30 minutos com viagens de helicóptero. O preço fica entre de 1.600 a 1.800 yuans (entre R$ 1.200 e R$ 1.375).

A estimativa de uso nessa primeira rota é de 20 mil a 30 mil passageiros por ano. A Comissão Municipal de Economia e Informatização de Shanghai também informa que mais rotas aéreas de baixa altitude estão programadas para os próximos anos e que deseja fomentar o setor.

Entregas com VANT

drones logísticos: drone sobrevoa praia de jaguaribe transportando amostras biologicas
Entregas por drone, que integram a economia de baixa altitude, podem crescer ainda mais no País. Foto: Divulgação/Speedbird Aero

Entregas feitas por meio de veículos aéreos não tripulados (VANT) também integram o setor de economia de baixa altitude. A prática, ao mesmo tempo, agiliza a logística e melhora a mobilidade urbana em solo.

“A expansão do uso de drones para entregas em grandes cidades traria uma série de benefícios, incluindo redução de prazos de entrega, diminuição dos custos logísticos e impactos positivos em termos de sustentabilidade com redução de congestionamentos e acidentes”, afirma Samuel Salomão, presidente da Speedbird Aero, empresa especializada em drones e logística.

No Brasil, a Speedbird Aero já entrega amostras de laboratório, alimentos, produtos de e-commerce e correspondências. O delivey ocorre em Aracaju (SE), Salvador (BA), Ilhabela (SP), Caraguatatuba (SP), Franca (SP) e Florianópolis (SC).

Em outros países as experiências são diversas: “Cartas e encomendas são entregues no norte da Inglaterra e na Escócia, enquanto documentos e amostras de óleo são transportados de navios no Porto de Singapura”, ressalta Salomão.

Por fim, o especialista defende que no Brasil “uma atualização nas normas, com critérios mais claros, é essencial para que os drones possam alcançar seu pleno potencial”. A ANAC ainda não permite que os VANTs sobrevoem vias, avenidas e rodovias, mesmo que de baixo movimento.

Na China, uma gigante no setor, 608 mil VANTs novos entraram em operação em 2024, crescimento de 48% em relação ao ano passado. Os veículos não tripulados já acumulam 9,816 milhões de horas de voo no país asiático e entregam itens leves, como cartas de aceite de jovens em faculdades.

Saiba mais: China quer usar drones para entregar bagagens em aeroportos

Turismo de baixa altitude

Os dirigíveis que foram sucesso no século passado agora retornam como atrações turísticas na China. Foto: Divulgação/Xinhua

O turismo é outro setor que desponta dentro da economia de baixa altitude. Na China, experimentos já começam a atrair curiosos. O dirigível AS700, por exemplo, voa a uma altura de 500 metros sobre a cidade de Jingmen. Os dez passageiros que a aeronave pode comportar conhecem pontos turísticos e observam a cidade do alto durante o passeio.

O primeiro voo de demonstração do veículo ocorreu em 1.o de agosto. No entanto, as rotas devem se expandir ainda no futuro, motivadas por resolução adotada na Terceira Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China, que determinou que o país deve desenvolver a aviação geral e a economia de baixa altitude.

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