'Mobilidade não tem a ver com automóveis'', diz gestor da Dassault

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‘Mobilidade não tem a ver com os automóveis; ela tem a ver com o cidadão’, diz gestor da Dassault

Por: Isabel Lima (Curitiba, PR) . Há 3 dias
Inovação

‘Mobilidade não tem a ver com os automóveis; ela tem a ver com o cidadão’, diz gestor da Dassault

Em palestra provocadora, gestor contextualiza como a tecnologia pode ser aliada de gestores públicos na tomada de decisões e alerta para a emergência de adotar mudanças na organização das cidades

3 minutos, 25 segundos de leitura

27/03/2025

Para Galeano, o futuro do planejamento urbano está no desenvolvimento de bairros mais densos, com opções de transporte e acessos. Foto: Divulgação/iCities
Para Galeano, o futuro do planejamento urbano está no desenvolvimento de bairros mais densos, com opções de transporte e acessos. Foto: Divulgação/iCities

“Será que devemos repensar os projetos urbanos no Brasil?”, questiona Carlos Galeano no início de sua palestra “Repensando a Mobilidade no Brasil: Uma Inversão de Prioridades” no Smart City Expo Curitiba na quarta-feira, 26. Para ele, o conceito que moldou a resolução dos problemas de mobilidade das cidades no século 20 tem que ficar para trás e um novo método de planejamento urbano deve ser implementado.

Leia também: Mobilidade urbana é o principal desafio das cidades para 44% dos brasileiros

O gestor da Dassault Systèmes para a América Latina propõe uma abordagem com mais tecnologia para aumentar a assertividade das decisões tomadas por gestores. Entretanto, para essas transformações acontecerem, a sociedade precisa entender que alargar ruas não é solução. O planejamento urbano precisa inverter suas prioridades.

“As cidades têm que tomar uma decisão”, salienta Galeano. Atualmente, as cidades brasileiras ainda priorizam automóveis ao implementar novas infraestruturas, o que é um grande erro, segundo o gestor. “A mobilidade não tem a ver com os automóveis; ela tem a ver com o cidadão”, complementa. 

Na lista de prioridades que determinam as melhores práticas de urbanismo, o automóvel particular está em último lugar. Primeiramente estão as pessoas, os pedestres; em segundo, o transporte público e ciclistas. Em terceiro lugar, os comerciantes e fornecedores de serviços. Só em seguida, os carros. 

“Mas o que acontece no Brasil? É invertido, totalmente invertido”, ele enfatiza. “Primeiro nos pensamos no automóvel privado, vamos alargar as ruas, criar as vias rápidas, onde cabem dois, vamos colocar três”. Galeano alerta que o problema é apenas transferido para outro momento ou lugar. Em breve, ele acredita que haverá um colapso, mas ainda há tempo para mudar de rota. 

Mudança no planejamento urbano deve partir dos gestores

Além de trazer a provocação sobre o futuro das cidades, Galeano apresentou as soluções ofertadas pela Dassault Systèmes, uma plataforma que permite testar projetos e hipóteses considerando todos os contextos das cidades. Ou seja, é possível visualizar como cada medida de infraestrutura, gestão de transporte e trânsito, zoneamento ou evento vai impactar todos os aspectos de uma cidade. 

A plataforma é um dos serviços oferecidos pelo grupo Dassault, famoso no ramo da aeronáutica em todo o mundo. Recentes na América Latina, essa parte da empresa fundou um laboratório no Parque Tecnológico de São José dos Campos para oferecer esse serviço a prefeituras de todo o continente. 

O foco na gestão pública vem do entendimento de quê são os políticos que podem tomar as decisões de transformar o futuro das cidades. A emergência do tema deu o tom da palestra de Galeano. 

Tecnologia para alcançar o propósito da “cidade inteligente”

“Essa tecnologia é capaz de reunir qualquer tipo de dado, independente do tipo de software”, ele explica. [Assim], você pode estudar o passado, presente e futuro”. A tecnologia já foi posta em prática em diversas locais do mundo, como Hong Kong, uma das cidades mais densas do mundo; Paris, para gerir o trânsito durante as Olimpíadas 2024; Cairo, no Egito; cidades da Índia e outros países.

A atratividade dessa tecnologia está justamente na capacidade de analisar contextos e testar as mais variadas possibilidades antes de colocar um projeto em prática. Galeano ressalta que esse processo, de juntar todos os dados e avaliar o que de fato é melhor para as pessoas, faz uma cidade inteligente. 

 “Uma cidade inteligente olha para as suas prioridades. Na América Latina nossa prioridade é o saneamento básico, saúde, segurança”, diz o gestor. “Cidade inteligente se trata de um processo, não de um estado final”, completou. 

Leia também: Sorrimobi: aplicativo de viagens municipal ganha Prêmio Mobilidade Urbana no Smart City

*A jornalista viajou a Curitiba convite do iCities

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