Rally dos Sertões é corrida contra o tempo
Conheça as categorias participantes e entenda como funciona a disputa em uma prova de rali cross-country
Há quase 30 anos, a caravana do Rally dos Sertões desafia pilotos e máquinas, percorrendo o interior do Brasil. No próximo dia 13 de agosto, a prova larga na Praia da Pipa (RN) para sua 29ª edição. Dessa vez, a disputa é 100% nordestina, pois atravessa sete Estados da região, para se encerrar em outra famosa praia, a dos Carneiros, no litoral de Pernambuco.
Apesar de ser a maior competição off-road da América Latina, o formato de disputa do Sertões ainda é estranho para muita gente. A prova segue o regulamento da Confederação Brasileira de Automobilismo de Rali Cross-Country e também será uma etapa do campeonato mundial da modalidade para motos, quadriciclos e UTVs.
Nesse tipo de rali, os pilotos largam um por vez e correm contra o tempo. Cada dia representa uma etapa. E cada uma delas é dividida em trechos de deslocamentos e trechos cronometrados, também chamados de especiais, que são fechados pela organização e em que os pilotos podem acelerar para valer.
Neste ano, por exemplo, o Sertões tem dez dias de prova, com um prólogo, para definir a ordem de largada da primeira especial, e nove etapas.
Mas o fato de os competidores não conhecerem a “pista”, previamente, acrescenta ingredientes ainda mais desafiadores ao rali. Apenas na noite anterior, a direção de prova entrega as planilhas do dia seguinte às equipes.
As planilhas, uma espécie de mapa, são lidas pelos navegadores, que vão ao lado do piloto, nos carros e UTVs, e também pelos pilotos de moto e quadriciclo, que têm de ler a planilha ao mesmo tempo que guiam em alta velocidade, principalmente nos trechos especiais.
Como é a disputa
Em resumo, no rali cross-country, ganha quem chegar ao final dos trechos especiais no menor tempo. Mas os pilotos precisam seguir diversas regras e cumprir horários para não perderem tempo nem serem desclassificados.
Nos deslocamentos, em geral, feitos por vias públicas e abertas ao trânsito, os pilotos têm um tempo determinado, com bastante folga, para chegarem até a largada dos trechos especiais. Todos – competidores, equipes de apoio e organização – precisam seguir a legislação de trânsito, respeitando, inclusive, os limites de velocidade.
Já nos trechos especiais, a organização fecha as vias ao trânsito, geralmente estradas de terra ou trilhas, no caso das motos, com apoio do Poder Público. Na primeira etapa, ou seja, no segundo dia, cada piloto tem um horário de largada, definido no prólogo – e determinado pela classificação do dia anterior, nas etapas subsequentes.
Nesses trechos, o tempo de cada piloto é cronometrado e vence quem percorrer a distância no menor tempo. Entretanto, algumas estradas de terra podem passar por pequenos povoados, o que obriga a organização da prova a criar zonas de radar para garantir a segurança de competidores e moradores locais.
Categorias
O grid de largada do Rally dos Sertões 2021 terá, ao todo, 203 veículos, divididos em quatro categorias: motos, quadriciclos, UTVs e carros. No total, são 333 competidores, pois ainda há os navegadores, no caso dos carros e UTVs.A categoria UTV é a que tem maior número de veículos, com 93, no grid. O UTV (utility task vehicle, ou seja, veículo utilitário de trabalho) é um pequeno buggy, que leva duas pessoas. Popularizou-se por ser mais seguro que moto e quadriciclo, além de mais “barato” do que participar com um carro.
Dentro das categorias, os competidores são divididos em classes, de acordo com o tipo de veículo. Nas motos, a mais competitiva é chamada de Moto1 para modelos de rali importados e com 450 cc, mas vale destacar a classe Brasil, voltada para motos nacionais de até 250 cc.
Já entre os carros, as classes vão de protótipos, construídos especialmente para a prova, até jipes e picapes com menos preparação.
Neste ano, o Sertões tem uma nova categoria geral para veículos a álcool, com subsídio de 25% de desconto na inscrição da prova. Também acontece a estreia do primeiro veículo híbrido, um UTV movido a etanol e baterias elétricas, projeto 100% brasileiro, criado em parceria da equipe Giaffone Racing com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração.
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