Projeto prevê que passageiros de ônibus de Goiás aprendam programação durante o tempo da viagem
Iniciativa é de estudantes do Centro de Ensino em Período Integral José Pereira de Faria, que criaram o aplicativo BusTechEdu
O tempo de viagem no ônibus geralmente acaba sendo um momento de ócio para checar as redes sociais, ouvir música ou ver vídeos engraçados. Contudo, um projeto prevê tornar esse período produtivo.
Estudantes do Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) José Pereira de Faria, escola de Ensino Médio Integral em Itapuranga, Goiás, criaram o BusTechEdu. Na prática, o aplicativo prevê ensinar programação aos passageiros, por meio de um jogo.
“Hoje, no Brasil, há várias vagas de empregos na área da programação em aberto, devido ao fato de não termos mão de obra qualificada. O app oferece conhecimento na área da Front-End (construção de site), Back-End (banco de dados) e Mobile (app de celulares)”, explica o professor de Matemática João Pedro Marques Oliveira.
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Com o projeto, dentre 64 escolas, os alunos conquistaram o primeiro lugar do Hackaton Low Code, desafio de programação da Campus Party Brasil 2023. Segundo o professor, a ideia é unir mobilidade urbana e programação. Isso por meio de uma parceria com as empresas de transporte público e o app de ensino.
“O transporte público traz vários problemas devido à falta de planejamento das cidades, isso implica em um tempo de viagem demorado e cansativo. Alterar a mobilidade urbana é algo muito difícil. Portanto, a ideia do projeto é usar o tempo ocioso dos passageiros oferecendo autoformação em programação, que é algo moderno e profícuo”, completa o professor.
Próximos passos
No início de 2024, a equipe do CEPI iniciará o projeto de iniciação científica em parceria com a UFG (Universidade Federal de Goiás). A partir de então, terão um ano para desenvolver o projeto e colocá-lo no mercado.
Segundo a gestora escolar Valceni Lima, o protagonismo dos estudantes contribuiu 100% para o sucesso do projeto, que contou com a supervisão dos professores-orientadores. A autonomia dos nossos discentes foi fundamental para o desenvolvimento das atividades durante a elaboração e apresentação. Foram eles que criaram todo o protótipo, apoiados pelos pilares do Ensino Médio Integral, como tutoria, aprendizado na prática, orientação de estudos e projeto de vida”, reforça.
Processo de criação
Uma das alunas envolvidas na competição, Maria Luísa Ferreira, de 15 anos, detalha como foi o processo de criação do projeto. “Reparamos que havia um grande déficit de trabalhadores capacitados na área da tecnologia e que grande parte da população passava muito tempo em utilitários públicos. Assim, projetamos um app que funcionaria como uma espécie de jogo, onde a pessoa poderia jogar e aprender sobre a tecnologia, passando de fases e entrando em rankings e competições que geram bônus, estimulando a continuidade do usuário no game de aprendizado”, disse Maria.
Além de Maria, participaram do projeto outros dois alunos, Ana Carolina Teixeira e Matheus Nogueira, ambos de 15 anos. Todos os três estudantes participantes ganharam bolsas de Iniciação Científica com as quais serão desenvolvidas as próximas etapas do projeto.
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