Motociclistas são os mais felizes com seu meio de transporte, revela estudo
Pesquisa “Mobility Futures” entrevistou 20 mil pessoas em 31 cidades do mundo
O estudo Mobility Futures, conduzido pela Kantar, empresa global de consultoria, revelou que os motociclistas são os mais felizes com seu meio de transporte. A pesquisa perguntou para pessoas que se deslocam nas cidades como elas se sentem sobre diferentes formas de mobilidade, indicando o quanto se sentiam felizes ao usar meios específicos.
As opções com duas rodas foram as que fizeram as pessoas se sentirem mais felizes. As motocicletas aparecem na frente com 24%, seguidas por bicicletas elétricas (23%) e pedestres (20%). O transporte público ficou bem para trás (8%).
São Paulo em penúltimo no ranking
Para entender os desafios e oportunidades da mobilidade urbana, a pesquisa entrevistou 20 mil pessoas em 31 cidades do mundo, incluindo a capital paulista.
Alguns dos principais achados do levantamento são de que uma parcela considerável das pessoas (25%) quer mudar a forma como se locomove. E também descobriu que a escolha dos meios de transporte são emocionais. Já que a motocicleta é aquele que traz mais felicidade, está aí uma boa oportunidade para quem sempre pensou em andar de moto.
Os resultados permitiram à Kantar criar um ranking de mobilidade entre as cidades, no qual Berlim é líder. A capital alemã está no topo devido às suas viagens econômicas e facilidade de acesso a uma ampla variedade de transporte público e serviços de compartilhamento de viagens.
Por outro lado, devido à infraestrutura pública limitada, São Paulo ficou em penúltimo lugar no ranking de 31 cidades, vencendo apenas de Nairóbi, capital do Quênia.
Futuro multimodal
Em São Paulo, 40% das viagens são cobertas por transporte público, segundo a pesquisa. Embora pareça um bom resultado, o sistema de transporte público da cidade não consegue levar as pessoas de maneira eficiente ao seu destino, explica Luciana Pepe, diretora de contas da Kantar no setor automotivo.
“Um sistema de transporte superlotado, com atrasos maciços e mal conectado é a realidade de muitos dos passageiros diários da cidade, especialmente aqueles que vivem em subúrbios de baixa renda sem acesso a trânsito rápido”, afirma a executiva.
Isso pode piorar, se nada for feito, pois a pesquisa projeta aumento de 10% no uso do transporte público na capital paulista. Por outro lado, prevê que o uso do carro em São Paulo deve ter uma queda de 28% nos próximos dez anos.
Já as bicicletas devem crescer 47% até 2030, e as caminhadas devem ganhar 25% novos adeptos. “Enxergamos um futuro de mobilidade multi-modal no qual as pessoas irão realizar seus percursos com diferentes meios de transporte” explica Luciana. E, com o transporte público lotado, não é surpresa que mais pessoas se voltem para andar de bicicleta e caminhar sempre que possível.
Apesar de usarem muito o carro, os paulistanos fazem por conforto e rapidez e odeiam o trânsito, analisa. “Por isso trocar o carro e o transporte público por uma rotina mais multimodal ou mais ecológica faz sentido para eles. Portanto, motos e scooters podem complementar essa rotina, seja para pequenas distâncias ou percursos de lazer”, finaliza Luciana.
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