Pedágio urbano em Nova York. Veja o que mudou na cidade

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Pedágio urbano em Nova York. Veja o que mudou na cidade

Por: Isabel Lima . Há 1 min
Mobilidade para quê?

Pedágio urbano em Nova York. Veja o que mudou na cidade

Após sofrer ameaçadas do presidente Donald Trump, pedágio para circular de carro por Manhattan demonstra resultados na mobilidade urbana da região nos primeiros cinco meses

4 minutos, 48 segundos de leitura

23/05/2025

Moradores e frequentadores já podem identificar algumas mudanças nas principais ruas de Manhattan. Foto: NYC DOT/Divulgação

Em janeiro de 2025 a cidade de Nova York tomou uma decisão importante: passou a cobrar pedágio urbano para quem entrar de automóvel em Manhattan. Conforme amplamente divulgado pelo governo local, o objetivo era reduzir o trânsito e arrecadar recursos para investir no sistema de transporte público. Após cinco meses de programa, a cidade encara um cenário diferente de congestionamento, mas ainda existem perguntas a serem respondidas. 

Leia também: O que Fortaleza pode ensinar a outras cidades brasileiras sobre redução de mortes no trânsito

Reportagem da equipe do The New York Times identificou, por meio de dados e entrevistas, que a realidade já está diferente do mesmo período em 2025. Menos carros nas ruas, maior velocidade de tráfego em todos os horários, ônibus mais rápidos e menos atrasados, aumento no uso de táxi, menos ônibus escolares atrasados, aumento de passageiros no transporte público e mais. 

Além disso, somente em março os pedágios arrecadaram US$ 45 milhões (cerca de R$ 250 milhões) em receita líquida. Em um ano, o valor pode chegar a US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões). O governo planeja investir US$ 15 bilhões em melhorias no transporte público nos próximos anos. 

Porém, ainda é cedo para responder a algumas questões como: redução de poluição, piora de cenário para passageiros baixa renda e aumento do ciclismo. Além disso, a popularidade do pedágio urbano parece ter melhorado. Ou, pelo menos, ficado menos pior. 

Em fevereiro, o presidente Donald Trump atacou o pedágio urbano, afirmando que a medida estava “morta”. Conforme membros do alto escalão do governo teriam firmado que o governo local não teria mais autorização federal para realizar a cobrança. Entretanto, a cidade manteve a decisão. 

Porém, uma pesquisa do Siena College, realizada em dezembro de 2024 e março de 2025, mostrou que a quantidade de eleitores da cidade que apoiavam a iniciativa cresceu. De apenas 32% para 42% em menos de três meses de pedágio. 

Pedágio urbano reduz carros e aumenta velocidade das viagens

Conforme os dados da Autoridade Metropolitana de Transportes (AMT), estima-se que 76 mil veículos deixaram de entrar na região por dia. Apesar da contagem ter iniciado com o programa, a AMT calculou com base no histórico e pode identificar essa redução de janeiro a abril. 

Aliás, a Autoridade Portuária também identificou menos 8% de carros entrando pelo Túnel Lincoln e 5% menos pelo Túnel Holland, em comparação com janeiro de 2024. Portanto, isso mostra uma mudança de comportamento também naqueles que saíam de Nova Jersey em direção a Nova York.

Em relação ao trânsito, o Departamento de Transportes da Cidade de Nova York mostrou que nos primeiros meses de 2025 a tendência de redução na velocidade se invertou. Portanto, esta é a primeira vez que Nova York aumenta a velocidade do trânsito desde a pandemia. 

Esses dados corroboram com a pesquisa realizada por pesquisadores de Standfor, Yale e Google. Conforme o material coletado pelo Google Maps, a velocidade média de tráfego dentro da zona do pedágio urbano de Nova York aumentou 15% nos dois primeiros meses. 

Ônibus mais rápidos e mais passageiros 

Outro ponto destacado na reportagem do The New York Times é o aumento da velocidade dos ônibus nas rotas dentro da zona de cobrança. Apesar de mais tímida, essa tendência se repetiu em trajetos no restante de Manhattan e fora daquela área. 

De acordo com a MTA, as rotas de ônibus vindas do Brooklyn registraram aumento de 34% na velocidade. Porém, outra preocupação gerava discussões entre os moradores e comerciantes. 

Com a redução no trânsito dentro da zona do pedágio, esse fluxo se moveria para os bairros adjacentes. Entretanto, nesses primeiros meses, houve uma leve melhora nos congestionamentos da região. Principalmente nos períodos de pico. 

Outra boa notícia apareceu na quantidade de passageiros diários nos ônibus, metrôs e ferrovias da região. Na maioria dos modais, o aumento foi superior aos 8,2%. Além disso, os táxis registraram aumento na demanda, cerca de 1 milhão de viagens a mais na região. 

Isso ocorre após os taxistas demonstrarem preocupação com a tarifa cobrada dos passageiros, de US$ 0,75 para entrar na região. 

Menos acidentes e aumento de viagens de bicicleta: fruto do pedágio urbano?

Conforme o Citi Bike, sistema de bicicletas compartilhadas de Nova York, houve aumento na quantidade de ciclistas em comparação com o ano passado. Entretanto, além do pedágio, a empresa realizou investimento e ampliou os espaços com estações de bicicleta. 

Portanto, não possível identificar de imediato se esse aumento é fruto do início da operação do pedágio urbano. O similar acontece com a queda dos acidentes.  De acordo com a polícia de Nova York, todas as regiões da cidade registraram redução dos acidentes com feridos. Porém, o curto tempo do pedágio urbano de Nova York não é suficiente para cravar a causa dessa diminuição. 

Apesar disso, especiositas ressaltam que menos carros nas vias públicas criam, naturalmente, menos oportunidade de acidentes, menos infrações e menos violência. 

Além disso, a matéria ainda ressalta a melhora no tempo de resposta do Corpo de Bombeiros, redução das infrações relacionadas a estacionamento e as reclamações por ruídos caíram. 

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