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Retrospectiva 2023: 10 fatos que marcaram o ano das motos

Por: Arthur Caldeira . 29/12/2023
Meios de Transporte

Retrospectiva 2023: 10 fatos que marcaram o ano das motos

Com aumento da produção, crescimento na venda e a chegada de novas marcas e fábricas, mercado brasileiro de motocicletas vive bom momento

8 minutos, 59 segundos de leitura

29/12/2023

Bajaj completa 1 ano de Brasil
2023 marcou a estreia da gigante indiana Bajaj no mercado brasileiro de motos. Foto: Divulgação/Bajaj

O segmento de motocicletas fecha mais um ano com aumento da produção e alta nas vendas. A associação dos fabricantes do setor projeta crescimento de mais de 10% na produção em 2023, alcançando mais de 1,56 milhão de unidades. Já as vendas devem crescer ainda mais. Até novembro, foram emplacadas 1.448.761 motocicletas, aumento de 17,78% na comparação com o mesmo período do ano passado. Prova de que o setor de duas rodas vive um bom momento no País – e no mundo. Mas a retrospectiva de 2023 nas motos não se resume aos números de motos vendidas e produzidas no País.

Além do aumento nas vendas de motos de baixa cilindrada, que representam mais de 80% do mercado, houve outras novidades. Chegaram ao mercado nacional novas marcas de motos, enquanto outras anunciaram a instalação de fábricas em Manaus (AM). Confira 10 fatos que marcaram o ano das motos em nossa retrospectiva:

Produção em alta

As fabricantes de motocicletas, instaladas no Polo Industrial de Manaus (AM), projetam fechar o ano de 2023 com 1.560.000 motocicletas produzidas, volume 10,4% superior ao registrado em 2022.

produção de motos em Manaus
Fábrica da Honda em Manaus (AM). Foto: Divulgação/Honda

Se concretizado, será o melhor resultado para o setor nos últimos nove anos. O número até poderia ser melhor, mas a estiagem que atingiu a Região Amazônica prejudicou a logística das fábricas de motos na capital amazonense no segundo semestre.

Vendas de vento em popa

Com o alto preço dos carros novos, os combustíveis caros e o aumento do delivery, a venda de motos foi muito bem neste ano. Tão bem que os revendedores até revisaram as projeções para cima. No início do ano, a Fenabrave, federação que reúne os distribuidores de veículos do País, projetava aumento de 9% nas vendas.

Com os bons resultados, em outubro, a entidade revisou sua projeção para um crescimento de 20%. Mesmo com a dificuldade no crédito e os juros altos, o consórcio de motos ganhou ainda mais espaço. O número de participantes ativos cresceu 11% e já representam 44% das motos vendidas no País.

Novas marcas

Confirmada desde julho de 2022, a indiana Bajaj estreou no Brasil, de fato, apenas em dezembro do ano passado. Mas as vendas para valer começaram em janeiro deste ano. Entre os três modelos comercializados pela gigante indiana, destaque para a Dominar 400, que chegou com um bom custo benefício no segmento de motos médias, tão carente de opções. Após um ano no Brasil, a Bajaj dobro o número de concessionárias e já confirmou que terá uma fábrica em Manaus, a partir do segundo semestre do próximo ano.

moto trail Zontes 310T
310T, um dos três modelos da estreante Zontes; marca chinesa é representada pelo grupo JTZ Motos. Foto: Divulgação/Zontes

Vale destacar também a chegada da chinesa Zontes. Com três modelos de 310 cc montados e comercializados pelo grupo JTZ Motos, a Zontes representa uma nova fase das marcas chinesas. Ao invés de motos pequenas e baratas, fabricantes chinesas têm apostado em motos de média cilindrada, mas com acabamento mais sofisticado e novas tecnologias.

Lançamentos

Com o mercado aquecido, claro que as marcas trouxeram diversos lançamentos para o mercado brasileiro. Além das novidades de marcas estreantes, as fabricantes aqui estabelecidas lançaram novas gerações, como a Honda CB 300F Twister e a BMW S 1000RR. Já a Royal Enfield começou a vender a Scram 411, uma versão mais urbana da sua trail Himalayan, no mercado brasileiro, além da Hunter 350.

Yamaha YZF R15
Miniesportiva R15 foi lançamento da Yamaha no segmento de small premium. Foto: Divulgação/Yamaha

A BMW, que investiu R$ 50 milhões em sua fábrica em Manaus, começou a produzir a scooter C 400X no Brasil. O modelo marca a estreia da marca alemã no segmento de scooters médios e com vocação urbana. Já a Yamaha, que também anunciou investimento, mas de R$ 520 milhões, fez a estreia da miniesportiva R15 no País.

Já a Kawasaki, embora tenha renascido a “Ninjinha 300”, trouxe a surpreendente Ninja ZX-4R, uma esportiva de 400cc, mas com motor de quatro cilindros e 80 cv. Sinal dos tempos: muitos dos lançamentos foram apresentados no Festival Interlagos Motos 2023, pois o Salão Duas Rodas foi mais uma vez cancelado.

Motos médias

Não por acaso, muitas das novidades tinham motores com capacidade entre 161 cm³ e 449 cm³. Trata-se do segmento de motos médias que vendeu 118.644 unidades no primeiro semestre deste ano. Apesar de representar apenas 15,2% das motos vendidas no período, mostra um crescimento de 36,3%, em comparação com o ano passado.

Kawasaki Eliminator 450
Eliminator 450 é aposta da Kawasaki no segmento de motos custom de média cilindrada. Foto: Arthur Caldeira

Famosa por suas motos de alta cilindrada, os modelos Versys X-300, Ninja 400 e Z 400 da Kawasaki correspondem a mais de 40% das motos da marca vendidas no Brasil.

“São modelos muito importantes para a Kawasaki não só no volume mas também porque são a porta de entrada para a marca. Dessa forma, fidelizamos os clientes”, analisa Sonia Harue, diretora comercial e de marketing da Kawasaki Motores do Brasil. Além da Ninja ZX-4R, a Kawasaki trará a cruiser Eliminator 450 para o Brasil em 2024 para brigar no segmento médio.

Não podemos esquecer da nova Honda XRE Sahara 300. Embora tenha motor monocilíndrico e especificações mais espartanas, a nova Sahara 300 vai chegar às lojas com preço praticado na faixa dos R$ 30 mil. Ou seja, também irá disputar a preferência do consumidor que busca uma moto para usar no dia a dia e pegar a estrada.

Parceria Triumph e Bajaj

Finalmente, neste ano que se encerra, nasceu o primeiro fruto da parceria entre Triumph e Bajaj. As novas motos de 400cc, desenvolvidas em conjunto, mas que serão produzidas na Índia, também chegam ao mercado de olho no consumidor de motos médias. A expectativa do motociclista pelos novos modelos de entrada da marca inglesa fizeram com que elas aparecessem em nossa retrospectiva 2023 das motos.

novas motos triumph 400cc
Novas Triumph Speed e Scrambler 400X chegam ao Brasil em 2024. Foto: Divulgação/Triumph

“O consumidor que já tem uma moto pequena anseia pelas médias. Ele procura modelos com melhor desempenho e mais tecnologia, pois, além de usar nos deslocamentos diários, também tem a moto como hobby, para viajar nos finais de semana”, analisa Marcos Bento, presidente da Abraciclo.

As novas Speed 400 e Scrambler 400X terão boas especificações – motor de 40 cv, farol de LED, controle de tração -, além de preço competitivo. Chegam ao Brasil no primeiro trimestre para brigar com Bajaj Dominar 400, os modelos da Zontes, as novas Kawasaki e, até mesmo, com a linha de 500 cc da Honda.

Motos de alta cilindrada

Embora representem pouco menos 4% do mercado, o segmento de motos de alta cilindrada corresponde a cerca de 50 mil unidades e também tem tido crescimento. Em novembro deste ano, as motos acima de 500 cc tiveram aumento de 7,6% nas vendas em comparação com o mesmo mês de 2022.

Fábrica da BMW Motos em Manaus
Fábrica da BMW Motos em Manaus recebeu investimento para aumentar a produção. Foto: Divulgação/BMW

De olho nesse filão, a Ducati trouxe a nova Panigale V4 e a bigtrail DesertX para o Brasil. A BMW continua liderando o segmento de motos premium com 12.634 unidades emplacadas até novembro, seguida por Kawasaki e Triumph.

Dessa maneira, as fabricantes têm investido para ampliar sua produção no País, caso da BMW, enquanto outras, como a Honda, passou a nacionalizar os modelos com câmbio DCT. Depois da bigtrail Africa Twin, a crossover NC 750X começou a ser montada em Manaus – única fábrica da marca a produzir o câmbio de dupla embreagem fora do Japão.

Roubo de motos

Infelizmente, nem tudo são boas notícias nessa retrospectiva de 2023 nas motos. Com o maior número de motocicletas nas ruas, surgiu um outro problema: o aumento dos furtos e roubos. No primeiro semestre de 2023, foram registradas 9.538 ocorrências desse tipo de crime na cidade de São Paulo. O volume representa aumento de 36%, em comparação com o mesmo período do ano passado, quando ocorreram 6.980 roubos e furtos de motocicletas e similares nas ruas da capital paulista.

corrente evita roubo e furto de moto
Roubos e furtos de motos cresceu mais de 30% na capital e na Região Metropolitana de São Paulo. Foto: Getty Images

De acordo com o levantamento da Ituran, empresa de rastreamento de veículos, o aumento foi ainda maior nas motos de alta cilindrada. De janeiro a outubro deste ano, houve 2.821 casos de roubos e furtos de motos com cilindrada acima de 500 cm³. No mesmo período do ano passado, haviam sido registrados 2.130 ocorrências desse tipo.

Motos elétricas

As motos elétricas já demonstraram que têm grande potencial no mercado brasileiro de duas rodas. Nesse cenário, a Voltz surgiu como a “Tesla do Nordeste” no segmento de motos eletrificadas. Entretanto, a startup passa por problemas financeiros e deixou de entregar muitas unidades. A empresa, inclusive, está abrindo um processo de recuperação judicial para tentar pagar seus credores e salvar a operação.

Watts inaugurou fábrica de motos elétricas em Manaus (AM)
Watts inaugurou fábrica de motos elétricas em Manaus (AM)

O “curto-circuito” da Voltz, contudo, abriu espaço para novas marcas de motos elétricas. A Shineray do Brasil, marca de origem chinesa, começou sua expansão para outras regiões do País apostando na venda de suas scooters e motos elétricas. A Watts, marca de mobilidade elétrica adquirida pelo grupo Multi, também inaugurou sua fábrica em Manaus (AM) para atender à crescente demanda por modelos eletrificados. Só neste ano, a Watts vendeu mais de 10 mil motos, inaugurou novas lojas e dobrou seu faturamento.

Aluguel de motos

Impulsionado pelo aumento do delivery, o aluguel de motos para entregadores virou um grande negócio. Pioneira no segmento, a startup Mottu tem frota de milhares de motos em diversas cidades brasileiras. A empresa até começou a produzir motos em Manaus (AM) para atender a alta demanda. Com isso, novos players, como a Shineray, também passou a lugar motos para entregadores.

Aluguel de motos para entregadores virou um grande negócio. Atualmente, existem até empresas que alugam motos elétricas para o delivery. Foto: Divulgação/Vammo

Atualmente, já existem até empresas, como a Vammo, especializada no aluguel de motos e scooters elétricas para entregadores. A startup, inclusive, acabou de captar US$ 30 milhões para ampliar sua atuação para outras cidades, além de implementar suas estações de troca de bateria.

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