Retrospectiva 2024: veja 10 fatos que marcaram o ano das motos no Brasil e no mundo
Alta na venda de motos, uma enxurrada de lançamentos e a chegada de novas marcas ao País mostram como o ano foi bom para as motos
O ano de 2024 foi excelente para o mercado de motocicletas no Brasil em diversos aspectos. Afinal, devemos fechar o ano com mais de 1,7 milhão de unidades produzidas em Manaus (AM), o que representa crescimento de 9% sobre o ano passado. As vendas também devem bater recorde com alta de 14% e mais de 1,8 milhão de unidades emplacadas.
Impulsionadas pelo bom momento, e também pelas normas de emissão de poluentes mais rígidas do Promot 5, as fabricantes apresentaram diversos lançamentos ao longo de 2024. Relançaram sucessos do passado, como a Honda Tornado, surpreenderam a todos, como a scooter elétrica da Yamaha “Made in Brazil”, e ficaram mais seguras, caso da CG 160 Titan com ABS.
Entretanto, nem tudo foi notícia boa. O aumento do número de motos nas ruas, seja para locomoção diária ou para uso profissional, gerou uma epidemia de acidentes de motos.
De qualquer maneira, vamos relembrar, nesta retrospectiva, 10 fatos que marcaram o ano das motos no Brasil e no mundo.
Produção e vendas em alta
De acordo com as projeções da a Abraciclo, associação do setor de duas rodas, as fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (AM) irão produzir 1.720.000 motocicletas neste ano. O volume representa um crescimento de 9,3% em comparação ao ano passado. Já no varejo, os licenciamentos devem fechar o ano com 1.810.000 unidades emplacadas, crescimento de 14,4% na comparação com o ano passado (1.582.032 motocicletas emplacadas).
“Esses números comprovam o bom momento vivido pela nossa indústria, que cumpriu rigorosamente seu planejamento e soube se preparar com antecedência para enfrentar a estiagem”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Bento. O executivo se refere às dificuldades enfrentadas pela indústria em 2023, quando a seca na Região Norte atrapalhou a produção de motos.
Enxurrada de lançamentos
O ano de 2024 para o mercado de motos também ficou marcado pelo grande número de lançamentos. Principalmente, nos segmentos de baixa e média cilindrada, onde as motos precisaram se adaptar Às regras do Promot 5, que reduziu a poluição das motos pela metade.
A Honda, líder de mercado, apresentou nada menos que 10 modelos, entre novidades e renovações ao longo do ano. Enquanto isso, a Yamaha preferiu mostrar oito lançamentos de uma só vez.
Outras marcas menores aproveitaram o bom momento para ganhar mercado. Caso da Shineray, que tem profissionalizado suas concessionárias e ampliado seu line-up. Além de modelos de baixa cilindrada mais sofisticados, também abriu os olhos para o segmento de 250 cc, com quatro lançamentos.
Já na alta cilindrada, o destaque fica para as novas gerações de motos bigtrail que chegaram por aqui. Além das Triumph Tiger 900 e Tiger 1200, a BMW R 1300 GS chegou com tudo, faturando o prêmio de Moto do MotoMotor 2025.
Câmbios automáticos
Até pouco tempo atrás, motos automáticas eram sinônimo de scooters e motonetas de baixa cilindrada usadas nos deslocamentos diários. Entretanto, os câmbios “automáticos” viraram tendência em modelos de maior cilindrada e voltados para o lazer. Depois da popularização do DCT da Honda, a BMW lançou uma transmissão automatizada para suas motocicletas, que dispensa o manete de embreagem, e que chega ao Brasil em 2025 na nova R 1300 GS Adventure.
Além da BMW, Yamaha e KTM mostraram tecnologias que, embora distintas, têm o mesmo objetivo: tornar mais fácil e segura a pilotagem. Até mesmo a Honda mostrou uma embreagem controlada eletronicamente para sua linha de 650cc, já a Yamaha adotou câmbio automatizado nas novas MT-07 e MT-09. Ainda sem data definida, o fato é que essas tecnologias devem chegar ao Brasil cedo ou tarde, haja visto o sucesso do DCT da Honda.
Honda CG com ABS
A Honda renovou o design da CG 160 para 2025. Com novas carenagens no tanque e na rabeta, o modelo ainda ganhou lanterna de LED – e farol de LED, nas versões Fan e Titan. O painel também é novo; mais completo, traz até indicador de marcha engatada.
O motor manteve-se o mesmo, de 160cc, porém com ajustes para poluir menos. Com isso, perdeu um pouco de potência, mas manteve sua confiabilidade e economia. Entretanto, a principal novidade foi a adoção de freios a disco nas duas rodas da Titan, versão topo de linha, com sistema ABS, na dianteira. Apesar de estar presente apenas na versão mais cara, com preço sugerido de R$ 19.300, já se trata de um passo importante que a moto mais vendida do Brasil tenha a opção de freios mais seguros.
Aumento dos acidentes
O lado ruim do aumento da venda e do uso de motocicletas é o aumento do número de acidentes e mortes de motociclistas nas principais cidades do País. No Estado de São Paulo, por exemplo, o Infosiga, plataforma que reúne dados sobre sinistros de trânsito, divulgou um balanço das mortes entre janeiro e setembro deste ano, registrando elevação em todos os modais.
Contudo, o grupo que registrou o maior aumento em relação ao mesmo período do ano anterior foram os motociclistas. Dessa forma, entre janeiro a setembro deste ano, 1.925 motociclistas perderam a vida no trânsito no Estado de São Paulo, representando uma alta de 20,4% em relação ao mesmo período de 2023.
Condutores inexperientes e mal preparados, imprudência, falta de fiscalização e infraestrutura viária precária são alguns dos motivos que explicam a alta nos acidentes.
Moto elétrica da Yamaha
A Yamaha surpreendeu ao lançar a Neo´s no mercado brasileiro, durante o anúncio de suas novidades 2025. A scooter elétrica será produzida pela Yamaha em sua fábrica em Manaus (AM) e começa a ser comercializada no início do próximo ano.
A Yamaha é a primeira grande fabricante de motocicletas a produzir um modelo elétrico no País. Marcas menores, como a Watts, já montam motos elétricas na capital amazonense. Lançada na Europa em 2022, a Neo´s tem um design minimalista, com dois faróis de LED em formato quadrangular. O modelo faz parte da estratégia da Yamaha em reduzir seu impacto ambiental.
Com uma proposta urbana, a Neo´s tem um motor elétrico instalado diretamente no eixo traseiro. A scooter elétrica da Yamaha tem 2,5 kW de potência máxima, ou cerca de 3,4 cv. Seu desempenho se equivale ao de um ciclomotor, ou “cinquentinha”. Portanto, o condutor precisará ter CNH, na categoria A, ou Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC). A velocidade máxima da scooter elétrica é de 45 km/h.
Novas fábricas e marcas no Brasil
Devido ao bom momento vivido pelo mercado brasileiro de motocicletas, natural que as marcas aqui instaladas aumentem seus investimentos e novas empresa cheguem ao País. Caso da Bajaj que inaugurou sua fábrica em Manaus, em junho, e já bate recorde de vendas no País.
Com o sucesso da Bajaj, outras gigantes indianas demonstraram interesse no Brasil. A primeira delas foi a TVS Motors, que rompeu o contrato com a Dafra, e se prepara para também abrir uma linha de montagem em Manaus. A Hero é outra marca que já demonstrou interesse no mercado brasileiro em comunicado oficial aos investidores.
Outra indiana que também vai bem, obrigado, é a Royal Enfield. Além de bater recorde de vendas, anunciou a criação de uma segunda linha de montagem em Manaus, em parceria com o grupo Multi. Embora tenha tido atrasos nas entregas de motos, como a Super Meteor 650, a Royal já prometeu, inclusive, outros cinco lançamentos para o Brasil no ano que vem.
Primeira moto a gás do mundo
Por falar em marcas indianas, não podemos deixar de mencionar nesta retrospectiva 2024 o lançamento da primeira moto a gás do mundo. Com a promessa de economizar até 50% com combustível, a Freedom 125 conta ainda com um pequeno tanque de gasolina. Somados aos cilindros de gás (GNV), a Freedom roda até 330 km.
Feita para as classes menos favorecidas, a Bajaj Freedom 125 custa cerca de R$ 7 mil e promete reduzir os gastos pela metade. Ainda não há planos da moto a gás vir ao Brasil, mas a possibilidade não está totalmente descartada, revelam fontes ligadas à marca indiana.
A volta das 400cc!
Outra tendência que se reforçou em 2024 foi a volta das motos de 400cc! A cilindrada, que já fez tanto sucesso no passado, simboliza o fortalecimento do segmento de motos médias, que tem atraído a atenção de muitas fabricantes.
A começar pela Triumph que lançou as novas Speed e Scrambler, ambas de 400cc. Entretanto, não podemos esquecer do pioneirismo na Royal Enfield nesse segmento, com novidades como a Himalayan e a Guerrilla de 450cc.
Prova do sucesso dessa dessa cilindrada, hoje considerada média, é a Bajaj Dominar 400. O modelo responde por 70% das vendas da marca indiana no Brasil e faz sucesso em todo o País.
Mais novidades nessa faixa de cilindrada também devem chegar em breve. Afinal, a principal estrela da BMW no Salão de Motos de Milão, em novembro deste ano, foi o conceito F 450 GS. O motor, um inédito bicilíndrico, deve dar origem à uma nova linhagem de motos, posicionada entre as G de 310 cc e os modelos F da BMW, de 750/850 cc.
KTM em crise
Outra marca, que havia confirmado uma fábrica no Brasil em 2025, mas tem seu futuro incerto é a austríaca KTM. Com planos, investimentos e até autorização para instalar sua linha de montagem em Manaus (AM), a empresa enfrenta problemas financeiros no exterior. Em novembro, o grupo Pierer, proprietário da KTM, entrou com um pedido de recuperação judicial na justiça da Áustria para evitar um insolvência.
Embora o próprio Stephan Pierer, CEO do grupo, e representantes da KTM afirmarem que os planos de investir no Brasil não serão afetados pelo problema financeiro, ainda restam dúvidas. Não se sabe ao certo se a fábrica será aberta e se o compromisso assumido com grupos de concessionários brasileiros será mantido.
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